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Mastodon - "The Hunter" Review



Ao quinto álbum de originais, os Mastodon poderão ter dado, finalmente, o salto para a primeira liga do metal. Não que eles já não estivessem lá por mérito próprio, pois discos como “Leviathan”, “Blood Mountain” ou o ultimo “Crack the Skye” são merecedores de dar a este quarteto muito mais exposição do que realmente têm actualmente. Mas, acaso do destino, esse reconhecimento nunca apareceu.

Com “The Hunter”, esse problema irá ficar finalmente resolvido. Este é um daqueles discos que tira quaisquer dúvidas que ainda existiam relativamente à qualidade desta banda de Atlanta. O que se assiste aqui é um desfilar de temas poderosos, coesos e com aquela marca inimitável dos Mastodon. Guitarras psicadélicas e progressivas e uma bateria um pouco mais simples que dos nos discos anteriores, mas mesmo assim totalmente sobrenatural. A fórmula é a mesma dos trabalhos anteriores, mas nota-se aqui um esforço para simplificar os temas (muito bem conseguido), mas em nada retirando a força e magnetismo da banda.

Este disco foge também à temática dos anteriores, pois se os mesmos estão conectados com os elementos naturais, este “The Hunter” é um álbum não-conceptual, o que pode indicar um cortar de amarras com o seu passado, onde os seus discos eram construídos em torno de um tema próprio. O que é um ponto positivo, pois esta maior simplicidade musical quase que obrigava também uma simplicidade lírica. E o que inicialmente poderia resultar num disco mais fraco ou com falta de criatividade, revelou-se totalmente o oposto: “The Hunter” é, acima de tudo, um disco poderoso, cativante e será certamente, como que um farol para onde a carreira desta banda se irá virar para o futuro.

A abertura com “Black Tongue” e a seguinte “Curl of the Burl” mostram logo isso: directos ao assunto. Não há aqui grandes virtuosismos ou interlúdios desnecessários. Se o primeiro é uma riffalhada constante, um peso enorme que sentimos nos ouvidos, já o segundo é daqueles que nos deixa “what a fuck”? Vozes limpas, enorme e um ritmo brutal. Que tema! “Blasteroid” e “Stargasm” deixam-nos o cérebro a gritar: PROG!!!!! O disco continua, desvendando tema a tema, e nos vai deixando extasiados perante a genialidade do quarteto. Pensamos: porque não fizeram este álbum antes? É tão... simples! A faixa-titulo “The Hunter”, “Creature Lives” e “Spectrelight” (com a participação de Scott Kelly dos Neurosis) são outros pontos altos.

No entanto, é difícil destacar quais os melhores temas. Todo o disco deve ser analisado e escrutinado como um todo. Seria estúpido, ingrato e injusto fazê-lo. A junção destes treze temas constituem uma amalgama sonora única, num bolo enorme, que deve ser comido à dentada e não cortado em treze fatias para se comerem uma de cada vez.

2011 será finalmente o ano dos Mastodon. “The Hunter” é um dos discos do ano. Para quem ficou à espera de um “Leviathan” parte dois, ou não percebeu o “Blood Mountain” e o “Crack the Skye”, esqueçam! Isto é outra coisa.

Finalmente, o seu lugar no topo do mundo do metal já está reservado. Acreditamos que por lá irão ficar por muito e muito tempo...

Nota: 8.2 / 10

Review por João Nascimento