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Firewind - "Few Against Many" Review

Não é preciso ter vivido debaixo de uma rocha nos últimos 15 anos, para se perceber que o crescimento do power metal tem uma relação inversamente proporcional com a sua popularidade, especialmente nos adeptos mais acérrimos de outros subgéneros do metal. Porventura os maiores factores a que se deve tal status provem da “suavização” que muitas dessas bandas sofreram, na maioria das vezes com a passagem das guitarras para um plano de fundo, em detrimento de elementos mais sinfónicos, ou seja aquilo a que hoje se vulgou chamar de Euro Metal, ou carinhosamente apelidado por alguns de Flower Metal.

Os Firewind sempre estiveram mais ou menos à parte disso, aliás Few Against Many certamente que não será um disco propriamente inovador ou até mesmo um marco na história do power metal, mas é sem dúvida um bom disco, feito literalmente com conta, peso e medida, sem muitos floreados, mas bem incisivo, ou não fosse Gus G um grande compositor de riffs, e Apollo Papathanasio um eximio vocalista. Existe aqui sem dúvida um espírito NWOBHM muito forte nas composições deste disco, no entanto é impossível também ignorar a influência americana na aura do disco, afinal de contas é mesmo nos Estados Unidos que está sediada a banda.

Portanto, como já devem ter adivinhado, o que não falta em Few Against Many são temas fortes. Numa primeira parte do disco, o foco está sem dúvida no peso, tanto Wall Of Sound, como Losing My Mind são músicas cujo propósito parece ser mesmo o de tocar ao vivo, e gritar em plenos pulmões em uníssono os seus simples refrões, como se de um chamamento para uma batalha se tratasse. Já na segunda parte são mesmo os refrões que mandam, bem como uma profundidade mais assinalável. Glorious e Destiny entrarão sem dúvida para a galeria dos grandes temas de Firewind, enquanto que a balada Edge Of A Dream, com a participação especial dos Apocalyptica, confere o momento mais sublime do álbum. Dá que pensar o quão incisivo é um tema sinfónico, a meio de um disco repleto de riffs não é? Sem dúvida dá um impacto bem maior do que a omnipresença de tais elementos ao longo de um álbum inteiro.

Muitos poderão argumentar que a falta de suficientes linhas vocais orelhudas, especialmente nos refrões, poderá ser motivo de desilusão, mas a ideia dos Firewind para este disco é mesmo por o foco no peso e na força das guitarras. Algo que se aceita, e se recomenda.


Nota: 8/10

Review por António Salazar Antunes