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Goatwhore - "Blood for the Master" Review

Na altura do lançamento do seu disco anterior, “Carving Out The Eyes Of God”, os norte-americanos Goatwhore mostravam que era possível misturar death com black metal em doses suficientemente equilibradas para tornar a sua música extremamente cativante e apelativa. Efectivamente, o quarteto liderados por Sammy Duet (que formou os Goatwhore em 1997 após a separação dos Acid Bath) e por Benjamin Falgoust II (Soilent Green), ao misturar o metal gélido de uns Celtic Frost (antigos) com a brutalidade de uns Behemoth conseguem criar uma banda simplesmente eficaz e destruidora. Tentem imaginar uns Motorhead on speeds ou uns Toxic Holocaust menos caóticos e têm a imagem perfeita dos Goatwhore.

Se no disco anterior, esta banda oriunda de Nova Orleans (casa dos Crowbar, Down e dos já citados Soilent Green) mostrava um disco muito forte e coeso, com malhões intensos e pujantes como “Apocalyptic Havoc” ou “Shadow of a Rising Knife”, este novo disco “Blood for the Master” não só mantém o mesmo padrão de qualidade da sua música, mas conseguindo ser ainda mais poderoso que o seu antecessor. Estamos, portanto, diante do melhor disco da carreira dos Goatwhore, sem qualquer dúvida.

O que salta logo à primeira vista neste “Blood for the Master” é uma notória perda de terreno das partes de death metal e um intensificar nas partes mais black metal. Isso já era um pouco visível no disco anterior, mas neste novo disco é mais que evidente essa opção da banda. A forma como Duet saca riffs atrás de riffs de uma forma absolutamente alucinante só é ultrapassada pela voz de Falgoust, muito mais ríspida e cortante. O ritmo é quase sempre rápido, mas mesmo nas partes mais lentas e arrastadas, parece que estamos a ser atropelados por um camião, mas em slowmotion.

A abertura com“Collapse in Eternal Worth” mostra imediatamente o que os Goatwhore querem mostrar com a sua música: mais madura e destruidora. Realmente, este tema é tão catchy que é impossível não abanarmos a cabeça ao ritmo da mesma. Simples mas brutalmente eficaz. A forma como os três temas seguintes, mais lentos e com mais groove estão alinhados no disco denota um equilíbrio perfeito, mostrando que os Goatwhore vão a todas, sendo que são eficazes em qualquer meio que seja. O quinto tema do disco, “Judgement of the Bleeding Crown” é arrasador e faz a ponte mais que perfeita para a segunda parte do disco, que inicia com um tema com uma intro acústico muito ao estilo dos Testament dos anos 80 e que até ao fim eleva ao máximo a genialidade deste quarteto. Os dois últimos temas, “AnEnd to Nothing” e “My Name Is Frightful Among the Believers” são absolutamente neckbreakers e viciantes.

Com uma produção à altura (realizada por Erik Rutan, dos Hate Eternal nos seus ManaStudios), e mantendo praticamente a mesma formação do disco anterior (continua o baterista Zack Simmons e estreia o novo baixista James Harvey (ex-RitualKiller), “Blood for the Master” é um dos bons discos que já saíram até este momento neste ano de 2012. Um disco superior e mais que aconselhado a pesquisar.


Nota: 8.6 / 10


Review por João Nascimento