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Diablo Swing Orchestra – "Pandora’s Piñata" Review

Quando falamos de avant-garde no metal, por norma Diablo Swing Orchestra, é um dos nomes que mais vezes surge associado a tal designação. No entanto, não deixa de ser curioso a evolução dos nossos ouvidos, perante os discos deste septeto sueco. É facto, a não ser que a vossa discografia se resuma a bandas dentro deste “género”, a primeira escuta de Pandora´s Piñata pode revelar-se bastante desconcertante, ou até mesmo dar a sensação de estarmos perante uma cacofonia que nos faz explodir a mente. Mas eis que de repente, e quase de forma inconsciente, tudo muda, a bizarria vai dando lugar ao lógico, e o caos vai dando finalmente origem à ordem.

Talvez por falarmos de músicos clássicos, os coloca mais perto da erudição do que da tradicional musica ligeira, da mesma maneira que ao conseguirmos discernir um fio condutor, os afasta de experimentalismos mais non-sense, ou naíf. Juntando a isso uma incrível noção de swing, e está, pelo menos parcialmente explicado o nome do colectivo.

Pandora’s Piñata, é portanto a continuação daquilo que foi começando nos dois discos anteriores, The Butcher's Ballroom (2006) e Sing-Along Songs for the Damned and Delirious (2009), mas desta vez de uma forma um pouco mais refinada, próprio de quem subiu mais uns degraus nessa escada da vida que dá por nome de evolução.

Nas duas primeiras faixa, Voodoo Mon Amour e Guerilla Laments, temos aqueles Diablo Swing Orchestra que quase nos transportam para os glamourosos bailes dos anos 60, sempre com os metais em evidência, como se de uma mistura entre Mr. Bungle (por alturas de California) e a orquestra de Frank Sinatra, se tratasse. Mas com o pequeno instrumental How To Organize a Lynch Mob entram as cordas, e com elas um dramatismo que se prolonga com a faixa seguinte, se estende em Exit Strategy of a Wrecking Ball, e tem o seu auge em Aurora, uma arrepiantemente Ária, que mostra o talento excepcional da vocalista Annlouice Loegdlund. Com Mass Rapture a banda explora a sua vertente crossover, com claras influências do Medio Oriente, e em Of Kali Ma Calibre temos pela primeira vez em evidência a força do metal, que afinal de contas é uma das cores que compõe todo o círculo cromático que é a musica dos Diablo Swing Orchestra.

Mas haveria tanto para dizer sobre este disco, tantos pormenores a serem descritos, mas acreditem que vale a pena descobrirem-nos vocês, mesmo que ao início custe um pouco mais. Ainda que não se goste do resultado final, Pandora´s Piñata vale também pelos seus momentos mais subtis, o conseguirmos ouvir de maneira tão clara cada um dos instrumentos, seja ele uma guitarra ou um violoncelo, e como cada um desses instrumentos tem o seu papel bem definido sem se sobreporem uns nos outros numa qualquer explo
são bombástica. Pormenores…

Nota: 9/10

Review por António Salazar Antunes