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Entrevista a Flowing River



Não é novidade nenhuma que, cada vez mais, a mulher assume o papel de vocalista na música pesada. Como qualquer banda de female fronted metal, os Flowing River não fogem à regra. Surgindo em 2008, tendo lançado um single em 2010 intitulado " Poison Rose ", esta banda surge-nos agora com a certeza de um EP que será lançado em breve. Foi sobre este próximo trabalho que a Metal Imperium conversou e não só.



M.I. – De momento, estão a trabalhar no vosso EP que se irá intitular "Inner Strength ". Querem elucidar-nos relativamente à mensagem por detrás deste EP? De que "força interior" estão a falar?

Bem, na verdade o EP já está pronto, mas ainda não temos data de lançamento. O nome "Inner Strengh" surgiu por duas razões. Uma delas é o facto de ter sido bastante difícil fazer com que os Flowing River se mantivessem "vivos" perante todos os obstáculos encontrados, daí ser necessária uma força interior enorme . A outra deve-se ao facto de todas as músicas falarem de situações e sensações que a princípio são negativas mas que com a tal "força interior" são ultrapassadas. Normalmente, torno o que me magoa em algo bonito e tento ver o lado positivo. Faço-o como se fosse uma terapia que me ajuda a crescer e a lidar com certas situações e sentimentos. Cada música tem uma "forçazinha" que quero partilhar com as pessoas.


M.I. – Relativamente à sonoridade, o que é que podem adiantar?

Podemos dizer que a sonoridade do EP está dividída em duas partes. Como ainda andamos a explorar o nosso som e queremos algo diferente do que se faz nas chamadas female fronted bands, optamos por incluir dois temas com influências Djent. Por outro lado, continuamos o que já tínhamos feito no tema "Poison Rose", um género mais Heavy Rock. Não queríamos mudar totalmente sem saber como os fans iríam reagir. E para já, está a ser muito positívo. A "Dying in Paradise" está incluída na parte mais Djent e, como já disse, queremos fazer algo diferente e tentar criar um sub género do metal. Algo que englobe o Heavy Rock e o Djent, sem esquecer os breakdowns frenéticos característicos das bandas Metalcore juntamente com a melodia da voz e da parte orquestral.


M.I. – "Dying in Paradise" é o 1º single do vosso EP. Como foi trabalhar com o Sérgio Sheoul? Entenderam-se bem?

O Sheoul é vocalista de uma banda de Barcelos, os NineOut. Somos amigos há alguns anos e sempre gostamos muito da sua voz. Lembro-me que quando estava a escrever a letra achei que faria todo o sentido ter uma voz masculina neste tema. E não pensei em ninguém melhor que ele para o fazer. Claro que nos entendemos muitíssimo bem e os resultados estão à vista. Acredito que fiz uma boa escolha.


M.I. – E o que aborda este tema em particular?

Basicamente, fala de uma relação amorosa na qual uma das partes deixa de lutar, e a outra pede-lhe que faça a sua parte e a ajude salvar o que está prestes a morrer.


M.I. – Alguma banda em particular que sintam que foi a vossa maior inspiração para criarem um projeto musical?

Cátia - No meu caso, não foi nenhuma banda que me motivou a criar um projecto musical, mas sim a oportunidade de poder expressar-me artísticamente.
Pedro – O meu maior motivo foi amar a música. Por volta dos meus 8 anos dava concertos de Flauta de Bisel com a escola e, mais tarde passei a tocar guitarra. Percebi desde cedo que decifrar e reproduzir músicas já existentes não era o que eu queria, mas sim criar algo novo. Lembro-me que, nas aulas com o meu professor de Guitarra Clássica (Ricardo Gomes), perguntava-lhe porque não acrescentava isto ou aquilo às partituras. Porque comecei a gostar de Metal? Porque é um género musical muito idêntico ao Clássico e acho-o um dos mais ricos. Mais tarde, comecei a apreciar a banda Flyleaf e isso levou-me a gostar da ideia de a banda ser liderada por uma mulher. A junção "bela e o monstro" agrada-me bastante.


M.I. – Três ex-membros deixaram os Flowing River devido a incompatibilidades musicais, segundo li na vossa página oficial do facebook. Como é gerir todas as situações que estão subjacentes ao formar de uma banda?

Sempre acreditei e continuo a acreditar na banda, e mesmo quando tinhamos mais elementos connosco, sentiamo-nos sozinhos nesta batalha. Por isso não mudou muito. É um facto que cada vez é mais difícil manter um projecto musical "vivo", mas com amor, dedicação e persistência tudo se faz. Neste momento, juntaram-se a nós: o Afonso Ribeiro como baterista e o Fábio Furtado como baixista, para tocar ao vivo e, quem sabe, permanecer na banda.

M.I. – Cada vez mais há a presença feminina na música extrema. É o chamado female fronted metal. Que bandas com vocalistas femininas costumas ouvir? Alguma vocalista em particular que aprecies significativamente e que te tenha, de certa forma, influenciado a nível vocal?

Ironicamente, não oiço muito bandas com vocalistas femininas, mas é claro que, como mulher, apoio a 500%. Nas linhas vocais, tal como na composição do instrumental, sou influenciada pelas bandas que costumo ouvir. Linkin Park, Deftones, A Perfect Circle, Limp Biskit, 30 Seconds To Mars, Marilyn Manson, Chevelle, Red, Korn, Bjork, Skunk Anansie, Breaking Benjamin, Tool, Kaura e Ashes Divide, são algumas delas. Mas por vezes, tento ir buscar inspiração a coisas diferentes daquilo que oiço. Mas a maneira como canto tem a ver com o que quero transmitir. Na mesma música tanto posso querer dar a ideia de fragilidade como a de força e determinação.


M.I. – Além do metal, há outro estilo musical que gostes de ouvir e que não te importavas de fazer musicalmente?

Além do metal? Muitos! Mas gosto bastante de Rap e Hip-Hop. Acho que trabalhar com o Eminem ou a Missy Elliot seria uma experiência fantástica. São dos melhores.


M.I. – Quem mais escolherias para colaborar contigo num próximo trabalho?

Chester Bennington, sem dúvida!


Entrevista por Daniela Freitas