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The Contortionist - "Intrinsic" Review


Algo que pode deixar os apreciadores de metal progressivo meio aborrecidos é a sua mistura com o metal moderno (entenda-se por coisas com core no final) poder provocar tanto tiros ao lado como acertar em cheio. Quando digo acertar em cheio, refiro-me a que as duas metades estejam em harmonia, que não estejam em luta como duas entidades diferentes, mesmo que o sejam, as duas devem confluir para o mesmo objectivo. Coisa que por vezes aqui não acontece.

O anterior álbum dos The Contortionist, que foi também o de estreia, "Exoplanet", misturou deathcore com algumas passagens mais progressivas, com considerável sucesso e impacto. Seria de esperar que num novo álbum, as paisagens mais ambientais e progressivas se tornassem mais presentes. E tal aconteceu, no entanto, a efectividade do álbum de estreia não está presente aqui. A passagem entre os dois mundos nem sempre é a mais natural, factor que se estranha consideravelmente nas primeiras audições, não conseguindo sentir como se um elástico, a ser atirado de um mundo para o outro, sem prévio aviso.

A voz limpa de Jonathan Carpenter é sem dúvida um dos pontos positivos, mas a sua voz gutural, por outro lado, não parece ser tão efectiva como antes. Ao progredirem no seu caminho de evolução, era um risco poderem ficar num ponto em que tal estado não fosse compreendido ou absorvido de forma tão eficaz como no passado. Foi efectivamente isso que aconteceu, sendo necessária paciência para desmembrar este "Intrisic", trabalho que exige bem mais do que aquilo que dá em retorno, o que pode irritar. A banda vai continuar com o seu caminho, fica a expectativa de que a próxima paragem seja uma identidade mais harmoniosa.

 

Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira