Seis anos é muito tempo para esperar por um álbum, principalmente quando o último causou tão bom impacto como foi o caso de "Veronika Decides To Die", de 2006. O sucesso não mudou a sua abordagem, como o início épico de "Litany" deixa bem claro. Apesar de toda a melodia, temos um feeling opressivo (ou será depressivo?) de beleza melancólica que não deixa o amante de doom metal melódico indiferente. Feeling a rodos, é o que encontramos aqui, principalmente nos arranjos e sobretudo nos leads.
A maior surpresa surge em faixas como "A Lonely Passage" de uma beleza e profundidade impressionantes, que faz com que se torne sem dúvida uma das faixas a reter neste regresso, se bem que escolher uma faixa no meio destas nove revela-se um exercício, que além de ingrato, é bastante inútil. Seja pela conjugação perfeita entre o peso e a melodia etérea de "A Father's Providence", seja pela lentidão doom mas mesmo assim empolgante de "Morning Sun" ou pela melodia cândida de "Call Of The Raven Moon", um dos momentos mais calmos do álbum mas não menos intenso.
É sem dúvida o melhor dos regressos, que nem o longo tempo nem, nem as mudanças de formação conseguiram beliscar. Ligeiramente mais melódico ou atmosférico, mas mesmo assim muito fiel à sua identidade, uma obra que faz com que se queira mergulhar nela repetidamente. Hora após hora, música após música. Para um álbum de doom metal... correcção, para qualquer álbum, nos dias de hoje, este é o melhor elogio que se pode fazer. A edição digipack vem com uma música retirada da demo de 1994,a "Limbs Of Crystal Clear", revelando uma versão mais primitiva dos Saturnus mas que não está assim tão distante como isso daquilo que a banda é agora.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
