Inspirados nas raízes escandinavas do death metal melódico e igualmente inspirados pelas temáticas da mitologia da mesma região, os sourenses Dark Oath propõe-nos com o seu segundo lançamento uma dose gratificante do bom estilo que definiu uma boa parte da cena metálica do norte da Europa no início dos anos 90.
O cariz épico e bélico da instrumental de abertura “At Dawn” coloca-nos imediatamente naquela disposição expectante que apenas se pode traduzir por “se isto começa assim, é bom que o que venha aí valha a pena”. E sim, vale muito a pena, pois “At The Gates Of Hell” mostra logo de que material o som dos Dark Oath é feito: riffs melodiosos e cheios de garra sempre dentro de um ritmo aliciante que não cai no rotineiro e que obedece a uma estrutura simples e bastante funcional centrada nas guitarras, ou seja, a fórmula base de qualquer death melódico que se preze e que não saia dentro dos limites do género. Assim sendo, as guitarras de Joël Martins e José Bértolo destacam-se pela sua eficiência de execução neste curto EP, apoiadas fortemente pela voz de Sara Leitão, (voz essa que será muito difícil não associar à de Angela Gossow de Arch Enemy, tendo em conta a influência sueca da banda) e pela bateria de Pedro Galvão. O resultado são quatro faixas de melodeath que não desiludem aos fãs do género, todas elas lideradas por linhas harmoniosas de guitarra que ditam sempre a intensidade de cada momento. Destacando-se deste quarteto a poderosa “The Mighty Valkiries” e a excelente conclusão que é “Our Journey Back Home”.
“Journey Back Home” cumpre com as suas funções, revelando que os Dark Oath são uma banda tenaz e com talento. Com dois EPs já lançados e com o nível de qualidade que o grupo de Soure já provou ter, espera-se que da próxima vez venha o primeiro longa-duração.
Nota: 7.7/10
Review por Tiago Neves
