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Last Call - "Dog Years" Review


Os Last Call são o que se podem considerar a típica banda de pop punk (a.k.a. punkeka). O som é tipicamente americano embora não remeta muito para as duas grandes referências do estilo, Green Day e Offspring. Há mais uma aproximação com a secção mais alternativa do rock americano, daquele que surge como banda sonora nas séries e filmes de adolescentes. A voz de Austin Jeffers tanto remete para a melancolia própria desse estilo alternativo, como também se enquadra, não totalmente mas parcialmente, no estilo mais pop punk americano.

Este subgénero tornou-se uma praga uns anos atrás, quer nas rádios quer na televisão, mas a verdade é que "Dog Years", álbum de estreia dos Last Call, não tem muitas falhas que se lhe possam apontar a não ser mesmo o estilo em que se move e aposta. Há um senso de melancolia que atravessa o álbum de uma ponta à outra onde se destacam a curta instrumental "Limbo" que antecede a enérgica "Braid", que no meio acaba por recuperar essa mesma melancolia da faixa interior, a "Winter Clothes", ou mesmo o tema título. Isto tudo ampliado pelas letras que conseguem ser adultas, ultrapassando a armadilha do facilitismo "emo".

Apesar de ser um sentimento que atravessa o álbum de uma ponta é outra, a verdade é que temos também faixas muito enérgicas, como a abertura com "Generation Gap", "Live Like Roark", a frenética "Glassell St" ou a "Small Town Blues" que encerra o álbum e de certeza de que ao vivo vai ser indispensável. É genérico na maneira como colecciona clichés, isso não impedindo que mesmo assim, seja um trabalho acima da média, o qual todos os apreciadores não deverão passar despercebido. Cumpre todos os requisitos para uma banda de pop punk americana e surpreende na forma como consegue superar a mediania a que esses mesmos requisitos condenam. Uma boa estreia.
 

Nota: 6.7/10

Review por Fernando Ferreira