Lançado originalmente em 1997 pela misteriosa entidade The Eye, concebida exclusivamente pelo conturbado intelecto de Vindsval, “Supremacy” é agora relançado pela Debemur Morti. A natureza gélida e contemplativa destas 9 composições de Vindsval remete-nos imediatamente para o seu trabalho nos astrais Blut Aus Nord na sua vertente mais “natural” e menos “maquinal” (embora a bateria programada continue a marcar o compasso aqui).
Com os BaN constantemente no pensamento escutei este trabalho (vezes sem conta diga-se) interrogando-me constantemente porque não foram lançados estes temas sob a alçada dessa mesma entidade. Porque sentiu necessidade Vindsval de criar um nome distinto para os lançar? Não conhecendo as suas motivações pessoais a única resposta possível estaria então escondida na simplicidade hipnótica das canções e na emulação mais directa dos Bathory, Summoning, Burzum e Darkthrone. Escutando “The Eternal Oath of Life” o riff inicial enviou-me para o passado remoto dos Darkthrone e o uso preponderante dos teclados para os BaN e Burzum. O acorde inicial primitivo e os gritos de agonia de “The Call of a Thousnad Souls” trazem memórias do importante e controverso legado de Varg Vikernes. E assim se sucedem todas as composições que apesar de pouco inovadoras, oferecem um sentimento confortável e nostálgico ao ouvinte. Quase como um olhar feliz sobre memórias de pureza e magia, agora corrompidas pela egoísta e materialista realidade.
“Supremacy” é assim, para além duma obra com valor muito próprio, um registo em que Vindsval homenageia os seus ídolos e, em 2013, este trabalho constitui uma viagem no negrume de místicas paisagens há muito esquecidas tal como a capa tão bem expressa. Uma peça importante para qualquer fã dos Blut Aus Nord e para fãs de black metal místico orientado por teclados com aquele aroma do início dos anos 90.
Nota: 7.5/10
Review por David Silva
