A Code666 é uma editora que sempre se pautou pelo invulgar, pelo inesperado e de certa forma, é bom ver que continuam fieis aos seus propósitos. Os Control Human Delete são uma banda, segundo o press-release de pós black metal industrial, embora em termos sonoros, não se possa perceber muito bem a parte do black metal à primeira audição, até porque em termos líricos, não parece haver uma grande aproximação ao estilo.
Com sete faixas a totalizar quase cinquenta minutos, o som é claustrofóbico e invulgar, com as guitarras a surgirem frias e com um som sintetizado. Isto seria perfeito se o resultado de cada faixa não parecesse caótico ao ponto de parecer tudo a mesma faixa - não sabendo se era essa a intenção da banda ou não. Ou seja, é daqueles álbuns para o qual é necessária alguma (se não muita) dedicação para que se comece a apreciar. E é possível que demore bastante tempo - mesmo tendo em conta a variável das diferentes pessoas que podem ser expostas ao seu som.
Desafiante, incómodo, simplesmente perplexo e podia-se continuar com os adjectivos ad aeternum, mas a verdade é que, por muita vontade que se tenha, acaba sempre por esbarrar no mesmo ponto. Paciência. Ou falta dela. "The Prime Mover", o segundo álbum dos holandeses testa os limites do ouvinte e fica a dúvida se o objectivo é conseguir quebrá-los ou simplesmente chegar à fronteira. Possivelmente, conseguirá ficar mais próximo da primeira hipótese do que da segunda. De uma coisa não restam dúvidas. A bateria electrónica irrita sobejamente.
Nota: 6/10
Review por Fernando Ferreira
Review por Fernando Ferreira