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Reportagem: Danava, Lecherous Gaze @ Music Box, Lisboa @ 22-05-2013


O Musicbox, em Lisboa, reuniu pela mão da CARC Produções dois nomes norte-americanos que prometiam uma viagem até ao Hard Rock dos anos 70, a todos os que aceitassem a proposta. É certo que não foram muitos, talvez meia centena, mas a missão dos Lecherous Gaze e dos Danava foi perfeitamente cumprida.


A abrir, com um relativo atraso em relação à hora prevista, os Lecherous Gaze foram bem mais que uns “openers”, apesar da sua actuação se ter situado entre os 35 e os 40 minutos. Na voz, que podia ter mais volume, a reencarnação de Joey Ramone dominou o palco, entretendo-se a dar umas cabeçadas no microfone, enquanto virava imperiais a um ritmo bastante respeitável. Juntando ao frontman, um guitarrista altamente virtuoso, com uma guitarra transparente, um baixista com uma t-shirt do Mickey e um baterista que não se limitou a fazer festinhas nos pratos, obtemos uma óptima performance de Hard Rock e Punk descomprometidos, que terminou com o “Ramone” no meio do público aquando da cover de Chuck Berry, «Johnny B. Goode». Em suma, uma nota claramente positiva para este quarteto, que apresentou o seu disco debutante, intitulado «On The Skids».




As hostes haviam já sido abertas, e de que maneira, mas faltavam os Danava. Estes já com mais andamento, como provam os três discos de estúdio, visitados ao longo dos 50 minutos que estiveram sobre o palco do Music Box. Visualmente mais contidos que os seus companheiros de tour, mas de uma qualidade soberba, a banda de Portland ofereceu um espectáculo competentíssimo e muito adulto, assente numa voz (de Dusty Spakles) que, como se ouviu por lá, teria feito melhor trabalho do que o Ozzy no mais recente «13» dos icónicos Black Sabbath – banda que influenciou decisivamente estes Danava. As opiniões valem apenas pelo que são, mas desta forma o leitor ficará com uma ideia mais clara da banda e do concerto a que pudemos assistir. Sem muitas conversas desnecessárias, os temas sucederam-se numa ofensiva superior à que têm em estúdio e, entre todos eles, não faltaram os merecidos aplausos de satisfação. Haveria melhor forma de terminar uma 4ª feira? Dificilmente. É verdade que vem aí Iron Maiden, igualmente a meio da semana útil, mas um mundo à parte não entra para esta contabilidade. 


Texto por Carlos Fonte
Fotografia por Joana Soares
Agradecimentos: Carc Produções