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This Misery Garden - "Cornerstone" Review


Aplaude-se quando se ouve um disco como Cornerstone, dos suíços This Misery Garden. Isto porque vemos uma banda que se move em dois mundos, aquele das complexas estruturas, da inovação musical e da ambição em querer elaborar músicas com conteúdos mais do que imediatos, mas que também coexiste com a capacidade por parte da banda em querer elaborar melodias que fiquem na cabeça de quem as ouve.

Talvez por isso, da mesma forma que tentam granjear fãs de ambos os mundos, também muito boa gente lhes franze o olho, o que faz com que a banda não tenha ainda uma grande aceitação e divulgação, ou pelo menos que corresponda aquilo que merecem.

Ao ouvir This Misery Garden, saltam à cabeça uns quantos nomes, a começar por Tool, mais concretamente na forma como manuseiam a arte de bem tocar, especificamente na alternância de padrões rítmicos, enquanto que vocalmente o estilo bluesy do vocalista Steve evoca linhas vocais que bem poderiam estar num disco de Alter Bridge ou até mesmo Staind, como tão bem ilustram os refrões de Holy Clutch ou Angry Child, algumas das melhores faixas do disco. Rope por outro lado dá-nos um lado mais atmosférico e sereno, numa demonstração emotiva bastante acentuada, e que infelizmente acaba por ser raridade ao longo do disco. Já se sabe a propensão dos países do centro da Europa para uma organização quase mecânica e rigorosa, e Cornerstone funciona como um autêntico relógio suíço. O que lhe tira alguma da vida, que acaba por ser essencial para que um disco, por melhor que seja, consiga estabelecer uma ligação emocional com o ouvinte.

Masterizado pelo conceituado Jens Bogren (Katatonia, Opeth e Paradise Lost) nos estúdios Fascination Street, Cornerstone é um disco altamente recomendável, especialmente para os fãs das bandas atrás referidas.

Nota: 7.7/10

Review por António Salazar Antunes