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Hypocrisy - "Penetralia/Osculum Obscenum" Review


As reedições por vezes cheiram a oportunismo. Uma maneira de capitalizar investimento já feito, o que, mesmo para aqueles com aversão ao capitalismo, tem de fazer sentido. Da perspectiva do apreciador de arte, é também uma maneira de (tentar) perpetuar a obra, ou de pelo menos fazer com que chegue a uma nova geração de potenciais ouvintes, com uma cara lavada e, possivelmente, mais uns extras. A questão, já recorrente neste tipo de coisas, é, o material merece ser reeditado? Logo à partida, sem saber mais nada sobre esta reedição dos dois primeiros álbuns dos Hypocrisy, a resposta é sim.

Além de representarem uma fase embrionária da banda, quer em termos de som/produção, quer em termos líricos/imaginário, quer até mesmo a nível de composição, há aqui relevância suficiente para mais uma reedição. Sim, mais uma. Esta será a quarta reedição, contando com a remasterização de 24-bits limitada a duas mil unidades, do álbum "Penetralia" e será a segunda do álbum "Osculum Obscenum". O facto dos dois álbuns virem juntos num só pacote, torna ainda mais atractiva a reedição para quem ainda não os tem, com uma nova remasterização, tornando o som ainda mais poderoso.

Puro death metal, com grande influência americana, totalmente satânico, não sendo alheia a presença de Masse Broberg (que viria a ser o vocalista dos Dark Funeral) mas mesmo assim com algumas dicas em relação ao futuro, nomeadamente a utilização de teclados em temas como "Nightmare" ou no tema título do segundo álbum. Também demonstra a versatilidade de Peter Tägtgren como músico, já que além da guitarra e teclados, cantou no tema título do primeiro álbum e tocou bateria em grande parte das músicas do mesmo trabalho. As faixas bónus são todos temas ao vivo, sendo eles "Left To Rot" e "God Is A Lie" no primeiro cd e "Pleasure Of Molestation", "Osculum Obscenum" e "Necronomicon". Umas faixas ao vivo têm melhor qualidade que outras, mas também não seriam elas que iriam determinar a compra ou não desta box.

Essencial, principalmente para quem ainda não tem ou para quem já ouviu falar de Hypocrisy mas não conhece os primórdios. Poderá ser uma edição interessante também para aqueles que são coleccionistas - se soubrou algum com a crise económica que se faz sentir.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira