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Sepultura - Derrick Green diz que banda tem o direito de manter o nome e continuar


Derrick Green, vocalista dos Sepultura, concedeu recentemente uma entrevista ao Live- Metal.net. Aqui fica um excerto dessa entrevista: 

Live-Metal.net: "Desde que estás nos Sepultura, qual foi para ti o ponto mais alto e o menos alto da banda?"

Derrick Green: "Acho que o menos alto foi, sem dúvida, aquando da saída do Igor [Cavalera] em 2006. Foram tempos terríveis na banda. Tínhamos trabalhado tanto no que acho que foi realmente um grande álbum e nunca tive a oportunidade de fazer a tour do álbum com ele, mesmo ele tendo gravado tudo. Portanto esse foi provavelmente um ponto menos alto, e eram definitivamente grandes decisões que estavam a ser tomadas. Têm existido tantos pontos altos, mas acho que um dos mais altos foi tocar em Cuba. Nunca tinham tido lá uma banda de metal e nós fomos os primeiros. A maior parte das bandas não vai lá tocar, porque elas não têm autorização para tal. Acho que a tour com os Slayer - uma das minhas primeiras tours - pela Europa foi realmente um ponto bastante alto e a tour pela América do Sul com os Metallica foi um ponto extremo."

Live-Metal.net: "Está bem, então responde a isto como quiseres. Sinto-me como uma espécie de agente duplo, porque realmente entrevistei o Max [Cavalera] há umas semanas, e ele teve alguns comentários muito fortes. Sinceramente, só lhe perguntei o que achava sobre vocês estarem a trabalhar novamente com o [produtor] Ross Robinson, pensando que talvez estivesse interessado ou talvez tivesse dito que era porreiro vocês estarem novamente reunidos. Todavia, respondeu-me exactamente o oposto, dizendo-me que "estava-se a lixar" para o que vocês andavam a fazer, que Ross já não fazia nada de bom há muito tempo e que a banda nem sequer se deveria chamar Sepultura. Tens alguma resposta para isso ou não queres falar nisso?

Derrick Green: "Não gosto geralmente de falar mal das pessoas, especialmente em entrevistas. Acho que não é muito profissional. E isso realmente não muda nada. Por mim, prefiro não o fazer. Não tenho problemas com ninguém. Quando entrei na banda, ouvia os mesmos comentários, ainda com o Igor na banda - e ele é um Cavalera. Com o Igor, o Andreas [Kisser], o Paulo [Pinto Jr.] e eu, as pessoas diziam que deveríamos mudar de nome, mas eu tinha uma outra maneira de ver as coisas ao contrário das outras pessoas. Eu via pelo lado de dentro, onde A) até ao dia em que saiu da banda, o Igor tocou bateria em todos os álbuns de Sepultura. Portanto, ele fazia tanto parte da banda como o Max. B) Andreas tocou todos os solos, tocou guitarra em todos os álbuns de Sepultura de que as pessoas falavam, tal como o Paulo. Portanto, acho que eles ficam muito magoados quando os fãs defendem que o Max escreveu tudo. Mas ele era o líder, por isso dava para perceber por que é as pessoas pensavam que ele fazia praticamente tudo. Mas na situação da banda e o que fez tudo tão poderoso e unido naquela altura foi o facto de tocarem juntos. E o facto de que a combinação dessas pessoas criou os Sepultura e é isso o que os Sepultura eram - um grupo. Não se tratava de uma só pessoa a escrever tudo e nada mais. Depois de se ter essa percepção, vês que esses tipos não desistiram. O Andreas, o Igor e o Paulo queriam continuar. Por isso, têm estado na banda há tantos anos e têm feito tantas coisas juntos, que têm o direito de manter o nome e continuar. Entretanto, com a minha entrada na banda naquela altura, entre tocar e eles pedirem-me para fazer parte dos Sepultura, disseram: "Isto é a banda, e isto é o que temos andado a fazer." Isso significava que tinha de me mudar para o Brasil, aprender português, viajar pelo mundo, tocar e fazer tudo, dar o meu melhor. Quando o Igor saiu, decidiu sair livremente. Não foi expulso nem nada parecido, nem houve nada de dramático. Só não queria era tocar mais. Ele queria seguir em frente na sua vida e fazer outras coisas, coisas diferentes. E quanto a nós, acreditávamos na banda. Não queríamos deixar algo que tínhamos andado a fazer. Amamos e desfrutamos verdadeiramente daquilo que andamos a fazer, e sempre lutámos pelo nome e pelo respeito. E sempre tivemos uma boa aceitação como banda ao vivo. É extremamente importante que as pessoas nos vejam e que sejamos capazes de tocar as músicas correctamente. Para nós, está sempre nos nossos corações - a ideia da banda e nisso ainda acreditamos, é claro, legal e moralmente, e seja de que forma queiras olhar. Teremos sempre esse nome, e lutaremos sempre por isso. Isso é aquilo que nós acreditamos realmente que somos, e temos vindo a mostrá-lo nos últimos 16 anos, e o Paulo e o Andreas há muito mais tempo."

Por: Bruno Porta Nova - 22 Outubro 13