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Angelica - "Thrive" Review


Quem é a Angelica?, poderão perguntar com curiosidade. A Angelica Rylion é a vocalista da banda The Murder Of My Sweet, com quem já lançou dois álbuns e que agora chega à estreia a solo, num álbum que aposta sobretudo no AOR, rock FM. Por outras palavras, aposta no passado que ultimamente até feito sucesso fora do Japão, o local mais propício para que este tipo de som tenha uma boa aceitação comercial. "Breaking My Heart" inícia este trabalho com grande fulgor, debitando um rock melódico com gatilho fácil no que diz respeito aos refrões apelativos e catchy, numa fórmula que já se viu imensas vezes noutros sítios (e sobretudo noutros tempos) mas que até nem se fica ofendido por ser uma fórmula batida..

É certo que o tipo de público a quem possa agradar mais será talvez o feminino - um tema como "I Am Strong" é tão tipicamente eighties e a fazer lembrar muito Heart ou até mesmo Lita Ford - mas há aquele factor nostálgico que poderá chamar a atenção dos mais saudosos. "Can't Stop Love" seria um tema típico para constituir família uns bons vinte e cinco anos atrás, uma balada poderosa que não deixará os mais sensíveis indiferentes e como esses há bastantes ao longo destes cinquenta e dois minutos.

É um álbum que parece uma compilação dos melhores momentos de umas décadas atrás, uniforme como proposta e no seu propósito, embora esse factor nostálgico seja brindado com alguns pormenores electrónicos e beneficie de uma produção bem moderna e poderosa. Mais uma vez, como tem acontecido com algumas propostas da Frontiers, estes temas são escritos por músicos ao serviço da editora (uma coisa que continua a fazer confusão), tais como Daniel Flores, Magnus Karlsson (Primal Fear), Harry Hess (dos Harem Scarem), Alessandro Del Vechio e até Jesper Stromblad dos In Flames (de todas as pessoas possíveis!).

Vale mais pelas músicas realmente catchy do que propriamente pela originalidade e acaba-se por se ir dar sempre ao mesmo sítio de sempre. "Thrive" não é aquilo que vai salvar a música pesada. Aliás, até com dificuldade se chama música pesada. No entanto, como apreciador de música  extrema, de heavy metal, hard rock e rock, é preferível ouvir este álbum umas quinhentas vezes seguidas do que ouvir qualquer lixo que passe nas rádios actualmente. Talvez seja enterrar a cabeça na areia, não ligar ao avanço dos tempos. Ou então é apenas preferir gastar forças e energias com boa música. E é boa música que se tem aqui.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira