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Royal Hunt - "A Life To Die For" Review


Como prometido desde o lançamento da compilação comemorativa do vigésimo aniversário da banda dinamarquesa, aqui está o décimo segundo álbum, este "A Life To Die For", que tem tudo o que é esperado de um trabalho clássico dos Royal Hunt, e isso tem um bom sentido quando D.C. Cooper continua a manter-se ao comando do microfone, ele que voltou apenas no álbum anterior, "Show Me How To Live". Não há muitas diferenças a esse passado recente mas aquela que sobressaí mais é mesmo a exuberância orquestral. André Andersen sempre dotou as suas músicas com bastantes teclados, num seu estilo próprio que é reconhecível. Quando essas melodias facilmente identificáveis surgem também através de instrumentos sinfónicos reais (e não sintetizados), o efeito é ainda muito mais poderoso. É o que temos aqui.

O álbum inicia-se com um épico de quase dez minutos, "Hell Comes Down From Heaven", onde o elemento sinfónico é bombástico e extremamente bem conseguido, não deixando de dar importância aos restantes instrumentos, sendo que a guitarra é aquele que salta mais ao ouvido enquanto o baixo a bateria estão num ponto secundário, assegurando as fundações para a música. Apesar de ter aquele elemento tipicamente Royal Hunt que não permite na maior parte das vezes que seja absorvido mais algumas audições atentas, "A Life To Die For" convive de igual para igual com os momentos mais clássicos da banda, tendo sempre faixas com aquela melodia típicamente Royal Hunt. Ao ouvir faixas como "Running Out Of Tears" e "One Minute Left To Live" são excelentes exemplo disto mesmo.

Talvez cada um dos temas seja longo demais e fizessem faltas temas mais curtos para cativar, mas isso seria de uma perspectiva comercial, porque a banda aqui demonstra claramente que está a fazer aquilo que lhe está no sangue: bons temas progressivos, com bastante melodia e virtuosismo. O trabalho que não poderá desagradar quem quer que seja, já que tem inegavelmente o carisma dos melhores trabalhos da carreira da banda sem perder simultaneamente a capacidade de evolução e de tentar alcançar um pouco mais do que aquilo que foi alcançado no álbum anterior, demonstrando estarem focados e a atravessar um excelente momento nas suas carreiras.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira