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NiteRain - "Crossfire" Review


Ao ouvir a primeira faixa de abertura do álbum de estreia dos noruegueses NiteRain, "Bad Girl", é impossível não ficar confundido. Não fossem os pormenores bem modernaços presentes no som da música e ficaria-se desconfiado de que se tratava de uma qualquer banda de hard rock/glam que tenha vendido uns milhares de discos bos anos oitenta. Mas com energia. Aliás. É mesmo a energia a grande arma deste "Crossfire", sejam em faixas explosivas como a "Bad Girl" como noutras que não são assim tão boas, mas que têm poder suficiente para fazer o ouvinte bater o pé e sorrir sem se aperceber.

Essa mesma energia, no entanto, não consegue impedir que o álbum comece a perder o gás antes de findar os quarenta minutos de duração. A voz de Sebastian Tvedtnaes é ácida suficiente para soar bem apesar de estar sempre no mesmo registo - a gritar - e as guitarradas soam como o elo perdido entre os AC'-,DC e os Mötley Crüe mas chega a uma certa altura em que a fórmula começa a perder o efeito, tal como o medicamento depois de ter sido tomado vezes suficientes para que o organismo crie resistências ao seu efeito. Se cada uma destas onzes faixas começasse o álbum, talvez quase todas tivessem o mesmo impacto, mas o que é certo é que no final do álbum todas soam a mais do mesmo.

Grandes malhas de hard rock, desta forma, era algo que se julgava algo impossível de voltar a ouvir (sem recorrer aos clássicos, claro) mas ainda não está no ponto para um álbum que vá revolucionar o género, meio morto, do hard rock. Sleazy, atrevido, raçudo e com carisma o suficiente para causar uma grande primeira impressão, mas insuficiente para fazer com que dure do início ao fim. De qualquer forma, uma grande estreia e há aqui malhas com classe suficiente para se tornarem clássicos.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira