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Hail Spirit Noir - "Oi Magoi" Review


Uma banda que tem este nome, que começou em 2010, que assina em 2011 com a editora avant gard Code666, lança um grande álbum de estreia em 2012 e que volta um ano e pouco depois com este "Oi Magoi" (que traduzido significa os Mágicos) não é uma banda normal. E ainda bem, faz falta sermos abanados por bandas que desafiam o conformismo como é o caso destes gregos. Catalogar a sua música é um desafio vão e desprovido de sentido. Logo com o início de "Blood Guru", temos um riff que poderia estar num qualquer álbum de stoner rock, com uma guitarra lead com reverb suficiente para parecer que foi retirada de uma banda de surf rock dos anos setenta, isto até aparecer um grunhido e o orgão bem à anos setenta no fundo. Isto em trinta segundos de música. Temos quase mais quarenta e nove pela frente.

A busca por se ser original muitas vezes se leva a ter algo intragável, algo impossível de se gostar à primeira, que precisa de se absorver bem (ouvir muitas vezes) até que se torne tragável, coisa que nem sempre acontece. "Oi Magoi" precisa de ser digerido, sem sombra de dúvida, mas há um factor de imediatismo impressionante. Seja a rispidez da voz combinada com as melodias, seja o forte feeling retro que nos leva de volta a um tempo perdido em que era possível ter nos tops bandas progressivas, bandas que ousavam trazer complexidade para a sua música, sem estarem unicamente à procura da musiquinha para o single - não que haja algo de errado com isso, seja as letras algo satânicas e a grande aproximação ao black metal. Os elemenos mais díspares moram aqui e dão-se todos bem, como uma grande e feliz família.

Cada um dos temas aqui presentes são especiais à sua própria maneira. Em quase todos eles a parte instrumental simplesmente ganha vida e faz com que a música se torne algo completamente diferente, sendo o caso mais gritante, o épico "The Mermaid" uma grande malha de metal ou rock  progressivo blasfemo que momentos antes de chegar ao final faz com que o ouvinte se pergunte onde raio esteve nos últimos tempos, recusando-se a acreditar que esteve simplesmente a viajar fora do seu corpo. Será uma grande surpresa para todos os que vão tomar contacto com a banda pela primeira vez, mas para quem ficou de queixo caído com "Pneuma" em 2012, já poderá esperar algo parecido, embora, mesmo assim, se torne surpreendente, já que se consegue notar um salto qualitativo do primeiro para este segundo trabalho. Viciante.


Nota: 9.2/10

Review por Fernando Ferreira