About Me

Asia - "Gravitas" Review


O início a capella de "Valkyrie" com o refrão é o início perfeito para introduzir qualquer música. É garantido para deixar logo, sem qualquer hipótese, uma música na cabeça do ouvinte. É também a melhor forma de iniciar este regresso dos Asia, super banda fundada no início dos anos oitenta e composta por nomes como John Wetton (ex-baixista e vocalista do King Crimson), Steve Howe (guitarrista dos Yes), Geoff Downes (teclista dos Yes) e Carl Palmer (baterista dos Emerson, Lake & Palmer). Desde então muita água correu e muitas entradas e saídas tiveram lugar, inclusive a bifurcação para duas bandas, Asia Featuring John Payne (baixista e vocalista que pegou na banda de 1991 a 2006) e a formação original que se reuniu para mais música, editando três álbuns. No ano passado, houve mais uma mexida na formação, quando Steve Howe decidiu-se a concentrar noutros projectos, entrando Sam Coulson para o seu lugar.

O início de "Valkyrie", este tema que é o primeiro single retirado do álbum, poderia ser apenas um engodo para chamar o ouvinte, mas a verdade é que logo os dois temas seguintes são de uma classe irreprensível, onde tudo bate certo. O tema título e "the Closer I Get" têm aquele som limpo da década de oitenta, mas um certo poder, próprio da era digital, que resulta na perfeição. Há também um certo lado AOR, mas nada em demasia e nada que desvie a identidade bem formada da clássica banda. A grande força deste álbum é o refrão. Seja nas melodias vocais, nas palavras em si, o refrão aqui é muito bem tratado. Que o diga "Nyctophobia", apenas para dar um rápido exemplo.

O álbum, no entanto, parece perder algum gás, sendo que a segunda metade não é tão marcante como a primeira (a "Russian Dolls" é a grande constatação desse facto) mas não compromete o resultado final, que faz deste álbum capaz de piscar o olho aos melhores momentos do passado mas com os pés no presente. Melodia, boas canções como parece que já se esqueceu fazer nos dias de hoje e muita classe, mesmo num álbum que não seja do mais fulgorante que a banda já apresentou. Não é para todos fazer algo assim e, infelizmente, parece que também não é para todos ouvir algo assim, já que este trabalho provavelmente passará ao lado do mundo. Resta-nos ter a Frontiers para nos dar música intemporal.


Nota: 7/10


Review por Fernando Ferreira