Com um nome de banda e de álbum destes, o ouvinte imediatamente pensa em black metal norueguês e estará absolutamente correcto. Depois da estreia em 2009, o segundo capítulo é lançado, deixando para trás um longo período de silêncio, do qual apenas escapou o split, com os Horna.
O seu black metal continua primitivo mas dono de um som poderoso, que permite que todos os instrumentos sejam perceptíveis e as músicas ganhem um nível superior de intensidade. Ou seja, provavelmente dividirá aqueles que gostam de black metal com produção péssima a disfarçar o facto de tocarem mal e os que gostam do ambiente próprio que os álbuns do género, quando honestos e bem feitos, têm.
São sete faixas, que variam entre as faixas de quatro e cinco minutos com as de sete e nove e que surpreendem pela sua dinâmica. Apesar do estilo hermético, temos aqui riffs bem thrashados, como na "Forbanna Idioter" ou no início da "Du Selvproklamerte Misjonaer", intercalado por vezes com um andamento doom e melancólico ("Djevelens Verk") e mid-tempo (a lembrar os Carpathian Forest na "Endelost Ode") que só faz com que as músicas se tornem mais interessantes. É certo que nem sempre conseguem dosear as repetições de melodias e certas faixas acabem por enfartar um pouco - isto de tentar hipnotizar o ouvinte com riffs em tremolo picking nem sempre resulta.
Apesar da pouca actividade, a banda revela uma grande experiência, à qual não deve ser alheio o facto de ter nas suas fileiras membros e ex-membros dos Naer Mataron, 1349, Midnattsvrede, Dodheimsgard, Curse, Pantheon I e Eternal Forest, apenas para citar algumas. Essa experiência reflecte-se num segundo álbum de originais poderoso, a apelar a um tipo de apreciador de black metal mais contemplativo, sendo que o álbum poderá demorar a entrar e poderá exigir mais algumas audições do que o normal para que possa ser apreciado por completo. Depois desse ponto, já não há regresso. Bom black metal norueguês.
Nota: 7.7/10
Review por Fernando Ferreira
