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Tombs - "Savage Gold" Review


A Relapse continua a ser um paradigma de qualidade e exploração no que diz respeito à música extrema. Muitas vezes as editoras têm algum dificuldade em fazer renovação dos seus catálogos, com bandas que se tornam grandes de mais para a sua estrutura ou que simplesmente perdem a relevância, sendo em ínfimo número os casos que se possam associar à independente norte-americana. Os Tombs são um bom exemplo de uma banda que encontra na Relapse a moradia perfeita para o seu som negro e obscuro – onde estão desde o primeiro álbum, acrescente-se.

Ao terceiro álbum tem-se a confirmação de todo o potencial que a banda norte-americana tem de juntar black metal a uma sensibilidade própria de um certo som alternativo ou new wave (calma, se se ouvir a inquietante “Deathtripper” percebe-se perfeitamente o que se quer dizer…), uma mistura que poderia revelar-se destinada ao fracasso mas que resulta na perfeição ao longo desta quase hora de “Savage Gold”. Para já temos a produção que não é límpida mas ao mesmo tempo clara o suficiente para que todos os instrumentos sejam percepcionados na perfeição. Um equilíbrio perfeito entre os dois pontos e entre o death metal e o black metal, sendo que o segundo tem apenas vantagem por toda a aura negra e estética que “Savage Gold” emana.

Inserido na discografia da banda, não é muito diferente daquilo que vem atrás, uma aposta na continuidade mas havendo notória evolução entre este e os capítulos anteriores, um aprimorar da sua arte, sem a simplificar para o consumo das massas – se é que há massas quando se fala de álbuns de metal ou qualquer outro tipo de música. Temas como “Edge Of Darkness” parece que duram para sempre e mesmo assim quando acabam, há um sentimento de vazio que só é compensado pela “Ashes”, a faixa seguinte. É assim que se resume este terceiro álbum dos Tombs, de vazio em vazio até que há um vazio maior que só é colmatado por carregar no play novamente.


Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira