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Body Hammer - "II: The Mechanism Of Night" Review


De vez em quando surgem álbuns como este “II: The Mechanism Of Night” que desafia todas as convenções. Pegam naquilo que é convencional e deitam fora, fazendo a sua própria coisa, sem muita preocupação ou interesse com o resto. É o que é, goste-se ou não goste-se. Se o primeiro álbum é um murro no estômago, violento e ruidoso, este segundo trabalho já vem de forma diferente, não deixando de ser um trabalho de difícil assimilação, negro e claustrofóbico. É intenso mas de uma forma mais dissimulada, não imediata, como que um acumular de sentimentos e sensações.

Não se pode dizer que exista aqui uma direcção ou um fio condutor. Mesmo quando se tenta acompanhar, cedo se perde no emaranhado e dispersão mental que este conjunto de faixas composto por samples e noise provocam. Dezasseis faixas, que raramente ultrapassam os dois minutos de duração, de distorção, feedback, barulhos de chapas, gritaria e tudo aquilo que um disco de noise tem direito. Ou seja, não é um disco normal, o que basicamente quer dizer que não pode ser visto e ouvido da mesma forma que um disco, dito, normal é. Nem mesmo as pessoas que o apreciam poderão ter padrões de gosto normais, porque caso tenham, terão sérias dificuldades em apreciar este álbum.

Anti-música, anti-convencional, anti-tudo. Não será o álbum apropriado para mostrar aos amigos (pelo menos, amigos terrestres) e também não será o álbum para animar quando se está triste nem tão pouco para entristecer quando se está alegre. Na falta de definições, sobram apenas as comparações parvas e uma delas será que este álbum é como aquele amigo esquisito de quem se gosta até da companhia de vez em quando, muito de vez em quando, mas que se tem medo ou vergonha de juntar a outros amigos. E esta será a melhor descrição possível para o que está aqui.


Nota: 6.5/10


Review por Fernando Ferreira