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Unrest Fatalist - "Roots Of Fate" Review



Ao ouvir “Deadly Wind” o ouvinte pode ser levado ao engano sobre a data em que este registo, “Roots Of Fate”, foi gravado. Parece mais uma reedição de um trabalho de meados dos anos noventa, inícios do milénio do que propriamente um álbum lançado agora. Parece oriundo duma altura em que apareciam álbuns e bandas apostadas em misturar metal com sonoridades mais folk mas que tinham um toque digital que acabava por estragar por completo, sofrendo do mal, nem carne nem peixe – volta à memória o álbum dos russos Rakoth, “Planeshift”. Infelizmente  os primeiros temas deste álbum de estreia dos franceses Unrest Fatalist sofrem um pouco deste mal.

A produção é demasiado digital para permitir que o feeling pagão ou folk sobreviva, mas pior que ter a produção digital é a mesma ter um sabor caseiro que acaba por dar uma má apresentação ao trabalho de originais. Sendo uma banda que está agora a iniciar o seu percurso discográfico, no que diz respeito aos lançamentos de longa-duração, tal até é facilmente perdoado, até porque o que se pode ouvir aqui até não é mau de todo. Pelo contrário, não fossem alguns detalhes fruto da falta de experiência e o já referido problema sonoro da produção, poderia estar-se aqui na presença num grande álbum de death metal de cariz pagão. A alternância da voz gutural com a voz rasgada ajuda em muito à dinâmica das músicas e garantem que certas faixas sobressaiam no meio das outras, no caso da “Loki’s Control”

A questão principal no entanto é que no final do álbum, fica-se com a sensação de que ainda há um caminho longo a percorrer por parte da banda. Ideias interessantes, entusiasmo a rodos mas no final, a conclusão que se chega é que faltam músicas poderosas e marcantes, apesar de alguns bons momentos aqui e ali. Será uma banda que poderá ter um futuro brilhante daqui a uns anos/álbuns mas que por enquanto, ainda não convence. É preciso algo mais, um certo... elemento desconhecido que está aqui a faltar e que nem aparece com repetidas audições.


Nota:
6/10


Review por Fernando Ferreira