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Krigsgrav - "The Carrion Fields" Review


Se calhar a última coisa que se esperaria seria uma banda de black metal melódico norte-americano mas os Krisgrav estão aí e este “The Carrion Fields” é já o seu terceiro álbum. Se calhar black metal melódico não será a melhor forma de classificar o que a banda, talvez black metal épico, melancólico e em parte atmosférico. Seja o que for, soa tipicamente europeu e não a revolução que o estilo tem sofrido no outro lado do Atlântico. No entanto, o mais importante saber é se soa bem ou não e a resposta é sim embora por vezes fica a sensação que poderia soar bem melhor.

Depois de uma breve intro instrumental e acústica (“Akitu”), o primeiro tema a sério que surge, “Words Of Aeolus”, põe a nu todas as qualidades e fraquezas deste trabalho. Com uma produção que resulta apenas em pleno nos momentos acústicos, há um certo feeling de produção de baixo orçamento, nomeadamente no som das guitarras, em que há algo que falta. Por outro lado, o baixo está com um som fortíssimo – e por isto entende-se que soa sempre bem, bem captado e sobretudo, muito bem tocado, enquanto a bateria já não assume tanto destaque como seria necessário. A voz soa aquelas bandas de death metal melódico underground do início dos anos noventa (se é que houve bandas de death metal mainstream…) mas ainda consegue encarnar bem o espírito black metal.

Se a forma - isto é, o som - não convence, a composição quase que o consegue fazer. Conforme o álbum se desenrola, e não sabendo se será responsabilidade da já citada produção, a partir da terceira faixa, “Spire Of The Hunt”, entra-se um pouco numa toada aborrecida, onde fica difícil distinguir ou fixar as faixas conforme as mesmas se vão sucedendo. Há uma espécie de entorpecimento que se vai instalando e que apenas quando se dá conta do mesmo é que é possível começar a prestar atenção ao que se está a ouvir. Ou por outras palavras, tem um efeito analgésico que joga contra si, já que cria também uma certa amnésia em relação ao que se está a ouvir. Existem aqui bons temas, todavia, sendo que “Ghosts Among The Ashes” é um dos que se destaca mais.

Interessante, mas seria necessário algo mais para ficar gravado na memória.
 
Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira