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Forgotten Winter - "Origem da Inexistência" Review


Para já vamos às apresentações. Os Forgotten Winter são uma banda albicastrense, composta por Necrodementis e J.Faustus, praticantes de um black metal melódico, com forte incidência em elementos atmosféricos e sinfónicos, e cujas letras giram em torno de conceitos ligados ao cosmos e fantasia.

"Origem da Inexistência" é um disco que teve a sua primeira edição em 2013 pela Kristallbut Records, mas que está agora disponível no bandcamp da banda com produção melhorada. Convém dizer que já antes o colectivo tinha lançado o seu disco de estreia "Dialéctica Transcendental" em 2009, desta feita pela Norsturm Records, e quando comparando as duas edições facilmente se chega a conclusão de que "Origem da Inexistência" é um claro passo em frente.

Por certo que a sonoridade dos Forgotten Winter não difere muito daquilo que se faz de black metal atmosférico por aí, especialmente na Europa de leste, com Ashen Light e Nokturnal Mortum logo à cabeça, mas nem por isso ficam a dever em muito a esses colectivos. As composições, cantadas na língua de Camões, são essencialmente compostas com base nas partes mais sinfónicas é verdade, mas sem com isso descurar algum peso e brutalidade que (ainda) se pede a lançamentos de black metal do género. É de relevar o facto dos Forgotten Winter, mesmo com o excesso de teclados do disco conseguirem sempre manter a sua sonoridade numa toada mais dramática e soturna, evitando assim alguns sentimentos mais edificantes ou corriqueiros de forma involuntária, recorrentes em lançamentos do género, especialmente em bandas que estão agora a começar. Com isso, obtêm secções sinfónicas e melancólicas muito bem conseguidas, especialmente em temas como "Cosmos da Alma" e "Chuva II (Nuvens Noctilúcias do Ser)", talvez os melhores do disco.

Mas "Origem da Inexistência" é para ser apreciado no seu todo, e se é verdade que nem todos os temas estão em pé de igualdade em termos de qualidade, é um disco que está bem estruturado e cuja audição integral flui muito bem.

Nota: 7.8/10

Review por António Salazar Antunes