About Me

Yata - "E.P.O." Review


Ainda em 2013, os Yata desabrocharam para o mundo da música com E.P.O., o primeiro lançamento da banda. Na mesma linha de uns Trivium ou de uns Killswitch Engage, mas com menos qualidade e recursos, os belgas trazem-nos seis malhas de metalcore genérico, bem tocado, mas que não é propriamente uma demanda de genialidade ou inovação.

Embora hajam traços de thrash e death aqui ou ali, as influências dos belgas são bem claras: o metalcore. As guitarras têm o papel principal da trama, quase sempre melódicas e interessantes, vão guiando o ouvinte pelos caminhos, ora agressivos, ora melódicos, deste álbum. Não existem grandes dualidades, o álbum é sólido durante toda a sua duração e não imergem grandes destaques, nem grandes pontos fracos. Sem ser um grande álbum, E.P.O. é um bom início para uma banda jovem e que tem bem definido o caminho que quer trilhar. Grosso modo, não existem grandes fugas para outras toadas: todas as canções têm aquela alternância do “polícia bom” e “polícia mau”, bem típica do metalcore, onde os vocais gritados vão dando lugar aos cleans.

A título de exemplo, “Individual Positivity” resume o que se passa neste álbum. Ainda que começando de uma forma estranhamente semelhante a “In Your Face” dos Children of Bodom (os tais traços fugazes), a canção podia ser uma explicação de “o que é o metalcore”. Contudo, depois do primeiro break, a semelhança aos finlandeses desvanece e, para além do jogo do polícia bom e polícia mau, temos apenas mais um bocado de metalcore genérico. Em suma, sem haver nenhuma malha superior, todas têm coisas boas e distintas, mas acabam também por desaguar sempre nesse metalcore genérico: “Destroy/Rebuilt” tem uma intro impressionante, mas depressa se rende à banalidade; “The Smile’s Virus” tem um solo bem sacado, mas à excepção disso é “mais uma música”; “Yes Man” tem o melhor refrão do álbum, mas não passa muito disso.

Se tivermos em conta que os Trivium, os Bullet for My Valentine e os Killswitch Engage são vistos por muita gente como o futuro do heavy metal, é possível que os Yata agradem também às gerações mais jovens. Há claramente uma pegada juvenil neste E.P.O. e basta ouvir duas ou três canções para perceber isso. A essa juvenilidade não é certamente estranha a recente popularidade que a banda vai tendo no metal belga. É preciso não esquecer também que os Yata têm pouco mais de um ano de existência e, por isso, este álbum, embora pálido, é apenas um começo.

Nota: 5.5/10

Review por Pedro Bento