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Necrophagia - "WhiteWorm Cathedral" Review


Os Necrophagia têm quase tantas vidas como um gato. A sua primeira encarnação ainda na década de oitenta fez com que ficassem como uma das primeiras bandas de death metal de sempre e gravaram em sangue o seu nome no underground da música extrema. A sua segunda encarnação surgiu com a abordagem de Phil Anselmo dos Pantera, que foi ter com Killjoy com uma série de riffs no que resultou o álbum de regresso, "Holocausto De La Morte". Acabada a participação de Phil, a banda entrou numa nova fase, que esmoreceu um pouco em termos de interesse, passado aquele hype inicial.

Musicalmente, a banda sempre esteve refém das alusões cinematográficas ao cinema de gore e horror, ou seja, sempre foi um projecto que visava atingir uma certa camada de fãs de cinema e imaginário de horror, do que propriamente ter como preocupação principal a música que faziam. No entanto, este álbum é uma espécie de volte-face, já que temos uma produção pujante (e mesmo assim mantendo aquela aura podre saudável que já faz parte da identidade da banda), riffs energéticos ("Wij" convida ao abano do carolo), solos (sim, solos!) cheios de feeling ("Angel Blake" e "Elder Things") e ainda os teclados finalmente surgem com uns arranjos totalmente enquadrados no som ("Warlock Messiah" e "Fear The Priest" soam completamente maléficas graça a eles).

Isto tudo somado dá no melhor álbum da banda até agora. É sempre discutível uma afirmação destas mas se temos bandas extremas que em momentos chegam a um patamar em que a qualidade de som, a composição e a acessibilidade se encontram para fazer álbuns marcantes, "WhiteWorm Cathedral" acaba por ter esse estigma. Talvez não se compare com álbuns como "The Bleeding", "Domination" ou "Heartwork", mas sem dúvida que será um marco na carreira da banda norte-americana. Basta ouvi-lo para comprovar isso mesmo.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira