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Minsk - "The Crash And The Draw" Review


Seis anos de ausência é muito tempo, principalmente para uma banda como os Minsk (que entretanto tiveram um hiato de 2011 a 2013), mas para compensar, a banda norte-americana volta com mais de setenta e cinco minutos de música que vão deixar certamente os seus fãs em extâse. E não só. Todo os que forem sensíveis à boa música, de certeza de que vão apareciar este trabalho, pela sua emocionalidade, pelo seu peso, pela sua capacidade hipnótica. Existem muitos bons motivos para tal. È uma nova definição para o termo épico. É a lembrança da razão pela qual se gosta de música, a capacidade de transcender o agora até ao desconhecido.

"To The Initiate" começa de forma quase insuspeita, numa melodia singela a fazer lembrar algo ambient music, mas depressa os riffs pesadões e as batidas apocalípticas tomam conta da ocorrência e até um breve momento de blastbeats (ou pelo menos algo lá perto) se tem. É impossível não se pensar em Neurosis, quer pela entrega vocal de Tim Mead nas partes mais ríspidas. Nas mais melódicas, essa referência afasta-se mais um pouco, embora instrumentalmente ela continue presente. Outra referência quase que imediata são os Pelican e os The Ocean, principalmente pelas texturas de teclados, novamente da responsabilidade de Tim Mead.

O álbum flui quase como só uma peça (havendo uma quebra ali entre a última parte da "Onward Procession" e "Conjunction"), estando apenas dividida em onze faixas e é um daqueles casos em que é impossível ouvir tudo de uma vez só e ficar logo com uma ideia bem definida. Aliás, mais que ser impossível, é ser arrogante. Este é um trabalho para ser ouvido e apreciado aos poucos, para ouvir uma e outra e outra vez, deixando com que todo o sentimento que transmite venha ao de cima, ao encontro dos sentimentos que desperta. Uma certa desesperança, um certo minimalismo mas simultaneamente, uma certa beleza que fala no interior de cada um, desde que se esteja receptivo a isso, claro. Um grande disco, enorme, imortal.


Nota: 9.5/10

Review por Fernando Ferreira