Os Wiegedood são uma nova banda que nos surgem da cooperativa da música conhecida como “Church Of Ra” – para quem não sabe, Church Of Ra é composto por um conjunto de músicos que têm várias bandas e que volta e meia fazem novos projectos. Assim sendo, este power trio é composto por Levy Seynaeve dos Hessian e Amenra na guitarra e voz; Wim dos Rise And Fall na bateria e Gilles Demolder dos Oathbreaker na guitarra e curiosamente não se trata de algo pós-qualquer-coisa e sim se black metal épico de uma qualidade bem surpreendente.
Com quatro temas longos (os dois mais curtos rondam os sete minutos), este é um álbum que pode ser ouvido muitas vezes (e assim que for ouvida a primeira, vai obrigar a múltiplas e repetidas audições) antes de cansar, com uma enorme capacidade hipnótica, capaz de colocar o ouvinte em transe logo pelo riff em tremolo picking da “Svanesang”, o épico de treze minutos que abre este álbum. O espírito black metal está bem presente nesta faixa que nos faz recordar os primórdios de bandas como Enslaved. Ter um álbum com apenas quatro músicas longas pode levar a vários problemas que pela amostra da referida primeira faixa, não se coloca daqui de todo.
Não será o álbum perfeito de black metal épico, mas surpreenderá ao primeiro contacto todos aqueles que apreciam o estilo, principalmente por ter aqui e ali algumas das melodias que seriam de esperar em bandas como Amenra ou Rise And Fall. A voz é tipicamente black metal o que ajuda já que as letras são todas cantadas em belga – ou seja, não interessa o que o homem está para ali a berrar, o que importa é a forma como o berra. A produção revela-se também adequada para este estilo de som, com uma produção densa mas ao mesmo tempo perceptível do que se está a passar, havendo espaço para o som respirar quando precisa de respirar e espaço para sufocar quando é preciso sufocar. É um trabalho fortíssimo de um projecto que merece que se torne mais do que isso. Boa surpresa.
Nota: 8.9/10
Review por Fernando Ferreira
