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Reportagem: Weedeater, Don't Disturb My Circles e Wells Valley @ Hard Club, Porto - 05/06/2015



Nem a fraca adesão inicial do público impediu os Wells Valley de se apresentar em palco à hora prevista. Tema após tema foi pouco o tempo para respirar da carga de energia dispensada pelo trio de Lisboa que ficou responsável por dar o pontapé de partida dos 2 concertos dos Weedeater em Portugal, em Lisboa no dia anterior e, desta vez, na sala 2 do Hard Club, no Porto.

Sobre os Don't Disturb My Circles recaía a maior pressão da noite. A banda (também de Lisboa) não estava originalmente no cartaz e ficou encarregue de substituir os norte-americanos Today Is The Day que foram forçados a adiar a tour europeia. Não será, de todo, injusto afirmar que no primeiro par de temas foi notória essa pressão. O esforço estava presente mas a energia não passava para o lado de cá do palco. Nada que não podesse ser corrigido, tendo a banda conseguido elevar a fasquia após algum tempo de atuação e conquistado o público presente.

Para terminar a noite de sexta-feira a ementa era simples e apelativa - whisky e erva. Os Weedeater subiram ao palco com um ligeiro atraso e puseram de pé um concerto para o qual o dicionário ainda não está, de todo, preparado. O poder incrível da distorção aliado à voz rouca, tratada a Jack Daniels, de "Dixie" Collins conquistaram desde o primeiro segundo a audiência, provavelmente mais nova do que o que seria de esperar. A meio do palco estava o kit de bateria, comandado por um Travis Owen louco que nos fazia duvidar, em diversas situações, se o prato de choque deve de facto ser tocado com a baqueta ou com a sapatilha do pé esquerdo e, no lado oposto ao do mítico vocalista/baixista, um "Shep" Shepherd mais sóbrio e calmo, capaz de equilibrar o tresloucamento digno de um hospital psiquiátrico por parte dos 2 outros músicos. Felizmente ainda ninguém os internou e o trio da Carolina do Norte trouxe à invicta as obrigatórias "God Luck and Good Speed" e "Weed Monkey", só para dar alguns exemplos, num concerto que só pecou pelos 3 quartos de hora de duração, um tempo demasiado curto para todos os que esperavam mais.

Texto por Bruno Correia
Fotografias por Emanuel Correia
Agradecimentos: Goodlife HQ