Os Whispering Woods são um colectivo de metal sinfónico oriundo da Roménia com muito Gótico nas veias e já vão no segundo álbum com este “Perditus Et Dea”. Apesar do género sinfónico ser o predilecto da banda, os romenos não o exploram da forma bombástica que congéneres muito mais destacados como os Therion ou poderosa, como os Epica, fazem. Os Whispering Woods abordam o estilo sinfónico com uma maior subtileza onde se eleva o canto lírico de Alexandra Burcă e Corina Hamat, as duas sopranos que dão voz à banda, os melancólicos teclados, o que até já se previa pois o elemento gótico é muito forte na música dos W. Woods, e, especialmente, a flauta de Cătălina Popa, dos alemães Haggard, que se sobrepõem aos demais instrumentos e mesmo muitas vezes sendo colada daquela forma por cima de tudo o resto, incorpora-se muito bem na sonoridade bela e simultaneamente triste de “Perditus Et Dea”.
Também há as suas lacunas, para lá da já mencionada forma como a flauta é gravada por cima de todo e qualquer instrumento, o piano acaba por se tornar um quanto repetitivo ao longo do disco por o grupo se focar em demasia nos mesmos tons e estruturas do principio ao fim, o que mostra uma falta de exploração do que tem ao seu dispor, assim como as guitarras são muitas vezes esquecidas através de riffs menos bons ou demasiados momentos sem surgirem, sendo que quando aparece aquele dueto entre flauta e guitarra em “If Ever” ou quando tomam o seu merecido lugar como espinal dorsal da música como na forte “Timeless” é que reparamos que realmente há dois bons guitarristas neste grupo.
Contudo, mesmo estando longe de ser soberbo, “Perditus Et Dea” acaba por ser uma audição realmente agradável. Há temas de grande qualidade como “Autumnal” ou “Calusarii”, mas mesmo nos restantes, a suavidade como os Whispering Woods conseguem fazer fluir os seus temas etéreos sem aborrecer o ouvinte fazem de “Perditus Et Dea” uma boa audição.
Nota: 8.4/10
Review por Tiago Neves