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The Great Tyrant - "The Trouble With Being Born" Review


Mas que grande esquisitice que para aqui vai. Para quem conhece os Pinkish Black, até nem será nada de estranho, já que o duo é um seguimento lógico destes The Great Tyrant. Para quem perdeu os últimos episódios, os The Great Tyrant eram um power trio com a intenção de fazer música estranha. Quando estavam imersos no processo de gravação, o seu baixista, Tommy Atkins, suicidou-se, o que fez que ficasse tudo em suspenso. O duo restante quis continuar a carreira, mas decidiram que seria melhor mudar a sua designação. E assim nasceram os Pinkish Black, uma entidade musical peculiar que conseguiu chamar a atenção tanto dos fãs de música experimental como da própria crítica.

Nas vésperas do lançamento de mais um álbum, o duo achou por bem disponibilizar “The Trouble With Being Born” que seria/é o primeiro álbum dos The Great Tyrant. Como foi dito atrás e nunca é demais relembrar, este lançamento é indicado exclusivamente para os fãs de música experimental e de esquisitice pegada. Podemos correr o risco de estarmos a repetir-nos mas não queremos enganar ninguém. Assim sendo, para o comum e mortal ouvinte, estas nove músicas são verdadeiramente intragáveis. Dizemos isto sem querer ofender alguém mas a verdade é que a sua audição passa um desconforto real que é impossível disfarçar. Ouçam a “Closing In” e digam lá se não seria a banda sonora de um pesadelo? Daqueles realizados pelo David Lynch.

Claro que a descrição atrás feita é atractiva para outros e será exactamente para esses que se destina este trabalho. Mas nem só de ambientes estranhos vive este álbum, ou melhor, não só de ambientes estranhos vive este álbum. Temos melancolia (“Recounting Scars”), temos ambientes dignos de space rock psicadélico (“The Apple Of Your Eye”) e uma sensação de progressão que acaba por ser comum a quase todas as faixas. É um álbum indicado não só aos fãs de música experimental mas também aqueles que apreciam uma boa dose de psicadelismo. Além das faixas registadas nas já referidas sessões, também mais quatro faixas que foram registadas em 2006 e lançadas num CDR que foi distribuído com a edição do EP de 7” “Candy Canes”.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira