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Ricky Warwick - "When Patsy Cline Was Crazy (And Guy Mitchell Sang The Blues) / Hearts On Trees" Review


Para quem não reconhece o nome, Ricky Warwick é o nome do vocalista dos Black Star Riders, que é a continuação lógica dos Thin Lizzy. No entanto, não se pense que o que temos aqui poderá ter algo a ver com a sua banda principal. Mas já lá vamos. A primeira coisa a salientar é que este álbum é um dois em um, totalizando vinte músicas em quase setenta e quatro minutos de duração. Depois é que existem diferenças entre os dois álbuns o que também demonstra bem a versatilidade do músico. O primeiro é bem rock, enquanto o segundo já é uma proposta acústica e bem mais relaxada.

Em relação ao primeiro, há um feeling punk/pop rock americano que poderá confundir. “The Road To Damascus Street” e “Celebrating Sinking” poderia estar muito bem num qualquer filme de adolescentes que não soaria deslocados e só uma coisa que faz com que a coisa não descambe na banalidade: a voz de Warwick. Sabemos que tem o seu talento próprio – aliás, este álbum dois em um é o exemplo perfeito disso mesmo – mas é impossível não pensar sempre em Phil Lynott quando ouvimos a sua voz. Felizmente esse feeling desaparece em temas como “Toffee Town”, “That’s Where The Story Ends” e “Gold Along The Cariboo”, onde o feeling da música tradicional irlandesa também é bastante forte.

No segundo álbum, “Hearts On Trees”, como já dissemos, as coisas acalmam consideravelmente mas isso não é o mesmo que dizer que se trata de uma obra menor, principalmente por todo o sentimento que transmite. Se na primeira parte tínhamos um cheirinho da herança cultural irlandesa, nesta segunda parte, esse feeling é muito mais acentuado, com uma intensidade incomum para um álbum acústico, intensidade essa a dever-se em grande parte à voz do amigo Warwick. No global, é um disco muito rico e uma lufada de ar fresco no panorama rock actual.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira