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Nightbringer - "Terra Damnata" Review


Nos últimos anos tem surgido um conjunto de álbuns que, lenta mas firmemente, têm vindo a mudar o paradigma no cenário do Black Metal. Nightbringer, com o seu último full-lenght “Terra Damnata” conquistam, indubitavelmente, um lugar na lista dos must-listen do mais obscuro subgénero de Metal.

Seria impossível ouvir este álbum e não destacar o quase divinal (se me é permitida tal expressão) uso de mudanças de dinâmicas em cada composição. Tanto somos bombardeados com secções extremas, recheadas de blastbeats e linhas de guitarra caóticas, como de seguida podemos ser surpreendidos por uma envolvência negra, pausada, com toques de Funeral Doom, aparecendo ainda, em certas ocasiões, o mid-tempo do Black Metal mais clássico, podendo-se ouvir o “Slow and Trve” blastbeat em “Inheritor Of A Dying World” e em “Serpent Sun”.

As guitarras destacam-se principalmente pelas suas composições extremamente melancólicas, havendo sempre um jogo simbiótico entre o lead e o rythm (ou duplo lead) que consegue, ao longo de todo o álbum, manter as sensações de dor e melancolia, sem negligenciar as raízes extremas e agressivas do género.

Com isto tudo, consegue sobrar espaço para um baixo que, sempre presente e independente encontra, em partes mais lentas, o momento de conferir um maior groove, como podemos ouvir com maior clareza em “Of The Key And Crossed Bones”. Excelentes linhas, excelente tom.

Em relação à voz e às temáticas líricas abordadas, Naas mantêm-se fiel a si próprio. Os temas filosóficos, de exploração do ego, bem como o ocultismo pagão, assumem uma particular relevância nas suas declamações gritadas.

Condizente com a sua abrangência sonora, podemos também ouvir secções sinfónicas, quer escondendo-se por trás do caos, conferindo uma forte dimensão ambiental à composição, quer sobressaindo-se no mix, com linhas melódicas mais fortes e marcantes.

Como obra-prima do álbum, não poderia deixar de destacar “Let Silence Be His Sacred Name”, que se revela, audição após audição, uma viagem por entre aquilo de melhor que o Black Metal contemporâneo nos tem para oferecer.

Nota: 9/10

Review por Jordi Lopes