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Reportagem:Dream Theater @ Coliseu, Porto - 30/04/2017


Um concerto de Dream Theater é sempre uma celebração de música, harmonia e virtuosismo, mas quando se trata de celebrar vinte e cinco anos de um disco tão icónico como “Images And Words”, então tudo é ultrapassado. E assim foi, numa noite com um Coliseu praticamente esgotado, um público previamente rendido e quase três horas de música!

Num palco sóbrio, com um sistema de luz tão eficaz quanto contido, os cinco músicos arrancaram a actuação ao som de “The Dark Eternal Night”, como se de um normal concerto se tratasse, seguindo com temas como “The Bigger Picture”,  “Hell's Kitchen”, “The Gift of Music” ou “Our New World”, até aí numa actuação regular.  Mas quando James LaBrie apresenta o baixista John Myung e o seu tributo a Jaco Pastorius, sob a forma da versão de “Portrait of Tracy”, tudo começou a mudar e a tornar-se mais intenso, seguindo-se o tema mais pesado da noite, “As I Am”, cantado em uníssono pelo público no refrão, e em que quase no final, se transfigurou numa versão de “Enter Sandman” dos Metallica. Dois momentos brilhantes, quase a encerrar a primeira parte do espectáculo, ficando ainda “Breaking All Illusions” para o fecho.

Um breve intervalo e um público a fervilhar de expectativa, e regressava-se à sala para uma intro a simular um jingle de rádio, onde se apresentavam os temas populares em 1992, culminando com o apresentador a mencionar “Pull Me Under”, o que levou a uma ovação dos fãs. Como LaBrie fez questão de recordar, aqueles eram os artistas que os novatos Dream Theater tiveram de enfrentar quando, em 92, obtiveram o seu único Hit Top 10. Seguiram-se os temas de “Images And Words”, por ordem de apresentação no álbum. Destacaram-se os solos de Petrucci em “Take the time”, com o público em delírio com o virtuoso da guitarra; e mais tarde um solo de bateria de Mike Mangini, em “Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper”, que só no momento trouxe à memória que era outro o baterista na época. Um dos momentos mais intimistas terá sido em “Wait for sleep”, com os fãs a acompanharem o vocalista. Tudo irrepreensível, sem excessos de virtuosismo, apenas por vezes com um LaBrie nem sempre à altura dos vocais originais mais agudos e com irritantes saídas de palco, quando terminava de cantar.

Com o tributo a “Images And Words”, e uma primeira parte best of, a noite teria sido fantástica, mas os Dream Theater gostam sempre de oferecer mais, e o encore veio na forma do Ep “A Change Of Seasons”, com os temas inicialmente propostos para “Images And Words” e rejeitados pela editora. Terminou assim um concerto de três horas, em que todos saíram tão satisfeitos como esgotados com a dimensão do que tinham assistido.

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Texto por Rita Afonso
Fotografias por Carolina Neves
Agradecimentos: Prime Artists & PEV Entertainment