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Entrevista aos Tankard


M.I. - "One Foot in the Grave" parece um daqueles títulos típicos de Tankard, gozando um pouco com vocês próprios. Com Gerre e Frank a completar 50 anos e estando juntos na mesma banda há 35 anos, isso faz-vos pensar em reforma antecipada?

Claro que o título do álbum não é realmente sério, é uma piada típica de Tankard, apesar de já sermos velhotes hahahaha!! Depois de 35 anos juntos tivemos que fazer uma pausa, mas estamos ansiosos para os próximos 35 anos! Assim, não há hipótese de reformar ninguém!


M.I. - Quando começaram, em 1982, alguma vez pensavam que estariam hoje a responder a perguntas sobre Tankard? Encontraram algum ingrediente secreto na cerveja que dá longevidade?

Nunca pensámos estar vivos depois de tanto tempo enquando banda, tinhamos 15 anos e conhecemo-nos desde a escola... incrível!!! Muita diversão e o nosso amor pelo metal mantém-nos jovens, não temos nada a ver com cerveja...


M.I. - Numa nota mais séria, acham que o facto de todos vocês terem empregos diários e famílias é a receita para esses 35 anos juntos como banda de thrash metal? 

Muitas bandas dizem que passar muito tempo juntos faz com que os problemas apareçam ...
É muito difícil viver da música e nós tomámos essa decisão há muitos anos de não fazer isso. Mas tentamos passar todo o nosso tempo livre nas atividades da banda e tocar o maior número possível de concertos. Por um lado, somos totalmente livres no que estamos a fazer; Por outro lado, não podemos aceitar todas as ofertas que recebemos. Mas estamos satisfeitos com esta situação e tentamos dar todo o nosso melhor. Não é tão mau assim gastar o tempo todo com a banda, talvez seja um dos motivos para nos mantermos juntos há tanto tempo!


M.I. - Lembro-me de, em meados da década de 80, olhar para o Big Four de Thrash Metal da Alemanha (Tankard, Kreator, Sodom, Destruction) como uma resposta ao Big Four americano (Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax). Também sentiram que era isso que estavam a fazer?

Estamos muito orgulhosos de fazer parte do Big Teutonic Four. Há alguns anos todos falavam de apenas três. Realmente não sei de quem foi a ideia de nos chamar assim, mas é claro que foi baseado nos quatro grandes americanos! Nós realmente gostaríamos de tocar alguns shows juntos, mas é realmente difícil, porque cada banda tem os seus próprios eventos. No momento nada está planeado, mas estamos ansiosos para que isso aconteça um dia!


M.I. - Vocês nunca conseguiram fazer uma tour com muitas datas (talvez por causa dos empregos diários) e agora alguns de vocês têm 50 anos, como é a vida na estrada? Estão mais calmos e menos bebedores de cerveja?

Claro que não somos tão selvagens quanto no início, mas às vezes ainda temos grandes festas. Ainda gozamos muito uns com os outros, por isso é muito divertido!


M.I. - O primeiro single de "One Foot ...", "Arena of the True Lies", fala sobre as pessoas que colocam notícias falsas na internet e aqueles estúpidos o suficiente para acreditar nelas. Alguma vez publicaram falsas notícias sobre Tankard?

É um assunto muito sério! É claro que ouvimos muita estupidez sobre a nossa banda... Desta vez fizemos uma excelente brincadeira: depois de editar a música, anunciámos que o Facebook nos levou a tribunal por causa dela música. Claro que isso foi uma piada, mas muitas pessoas acreditaram.


M.I. - Estão a ficar mais políticos à medida que envelhecem? 

Eu não acho que vi uma música tão séria como "Syrian Nightmare"...
Nós sempre tentámos fazer uma boa mistura de coisas sérias e engraçadas. Hoje em dia vivemos em tempos muito estranhos, então o foco é mais sobre os temas sérios. Quando começámos com Tankard, fizemos muito por ter esse tipo de imagem, depois queríamos livrar-nos disso e falhámos redondamente. Hoje fazemos muitas piadas sobre a nossa própria imagem, não nos levamos muito a sério, não caminhamos cegos pela vida, esse é o motivo de uma música como "Syrian Nightmare"! Por um lado, deixa-nos muito tristes o que aconteceu lá, por outro lado, ficamos furiosos, porque tantos países estão envolvidos com esse conflito mas ninguém realmente se preocupa com as pessoas normais, os que têm que sofrer e morrer!


M.I. - Depois de três álbuns produzidos por Michael Mainx, qual foi a ideia de trabalhar com um produtor que nunca trabalharam antes (Martin Buchwalter)?

Embora estivéssemos realmente satisfeitos com o nosso antigo produtor Michael Mainx, queríamos tentar algo novo com "One Foot in the Grave". Conhecemos Martin há muito tempo, ele fez boas produções e estamos realmente satisfeitos com o resultado do novo álbum. Foi uma óptima experiência trabalhar em conjunto com ele, ele teve óptimas ideias, mas nós realmente não sabemos o que acontecerá no futuro!


M.I. - Portugal sempre foi muito acolhedor com vocês. Podemos esperar-vos em breve?

Adoramos tocar em Portugal. De momento nada está planeado, mas vamos voltar com certeza! Muito obrigado por todo o vosso apoio nos últimos 35 anos!!!!!


Entrevista por Vasco Rodrigues