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Taphos - “Come Ethereal Somberness” Review


Após o lançamento de uma demo em 2016 e de um EP em 2017, os dinamarqueses trazem-nos o seu álbum de estreia este ano sob o estandarte da Blood Harvest.

Estes Taphos, pertencentes à mesma cena dinamarquesade Death Metal que Phrenelith e Undergang, dois projetos que lançaram no ano passado álbuns de alta  qualidade e bastante referenciados, mostram-nos neste disco uma clara progressão do som que vinham a conjurar desde a primeira demo. Inicialmente nessa demo denotava-se um som mais cru e thrashy remontando para bandas do Death Metal escandinavo dos inícios da década de 90, como Abhorrence ou até mesmo Necrophobic. No EP notou-se uma maior infusão de elementos de Black Metal, transformando o som em algo mais reminescente dos veteranos Sadistic Intent ou de Dead Congregation e a tentativa de alcançar um som mais épico que, de facto, foi concretizada em plenitude com o lançamento do “Come Ethereal Somberness”.

Com este álbum a banda conseguiu manter a agressividade que tinha já demonstrado nos lançamentos anteriores mas, ao mesmo tempo, construir faixas freneticamente épicas, repletas de ótimas leads de guitarra e riffs negros mas catchy, por vezes algo melodiosos, praticamente sem nunca baixar o ritmo mas nunca repetitivos. Taphos conseguiram construir uma fórmula perfeita para qualquer amante de Black e Death Metal ao não comprometer a destruição e velocidade dos seus riffs, sendo capazes de meticulosamente adicionar passagens mais épicas e tremendos solos de guitarra que dão dinamismo à música. O melhor exemplo disto será a faixa “Livores”, a última antes da interlude final, que começa com um riff pesadíssimo, que podia ser tirado de uma música de Immolation, mas que tem no meio a passagem mais épica de todo o disco, possuindo épicos e sinistros cantos, intercalados por melódicos mas bizarros solos de guitarra, relembrando os mexicanos The Chasm, mais grandiosos no seu som.

Os dinamarqueses conseguiram portanto o que será certamente um dos álbuns de referência do género para 2018, uma obra totalmente maníaca mas nunca atingindo a barbárie total, possuindo uma classe e um adorno raramente visto no Death Metal mais cavernoso.

Nota: 9/10

Review por Filipe Mendes