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Emerging Chaos - "The Roots of Lunacy" Review


2018 está no panorama nacional como um bom ano de lançamentos e de algumas revelações. Emerging Chaos, banda oriunda da margem sul - Barreiro, Setúbal - lançou este ano o seu primeiro álbum de estúdio de nome "The Roots of Lunacy". Quase que já antecipamos o que nos vão dar (quando juntamos Portugal e Death/Thrash a coisa normalmente corre bem) e por isso mesmo avançamos sem medo.

Desde já, sabemos que vamos ser prendados por 40 minutos de pura energia do lado sulista do Rio Tejo. "Mutilated", primeira faixa do álbum, vem provar-nos que estávamos certos e que a teoria de que o metal português normalmente corre bem. As vozes rasgadas de Jim Gäddnäs abraçam-nos num ambiente em que, instrumentalmente falando, Pedro Nascimento, Jorge Silva e Tainan Reis completam esta raiz lunática. Conseguimos de certa forma reparar num traço minúsculo de black metal numa composição marcadamente Death/Thrash.

"Naked" assalta-nos com os riffs rápidos e growls que fazem as maravilhas dos ouvintes e inveja a outros, que querem ser vocalistas. Ainda nem 10 minutos passaram e damos por nós a abanar a cabeça e bater com o pé no chão. Logo a seguir temos "In This Room" e "The Remains" que dão continuidade ao álbum. Apercebemo-nos também que por vezes não é preciso sair do rectângulo português para termos boa seleção musical. A bateria de Jorge Silva acompanha o ouvinte nesta degustação de death e thrash português, nu, cru e puro (e o que dizer do baixo afinado de Pedro Nascimento?...).

"The Urge", um instrumental de meio minuto não nos deixa respirar e parece que o caos não pára nesta banda, até porque "The Truth Needs no Amplifier" continua esta marcha de gritos rasgados, baterias rápidas, guitarras afinadas e linhas de baixo lado-a-lado com este panorama.

Vemos o fim do álbum em breve, mas "The Recruiter", antepenúltima faixa do álbum, faz-nos esquecer este sentimento e carrega-nos de energia e ódio com riffs pesados e rápidos, gritos de guerra e ritmos primitivos. De destacar também é a intro profunda de "Captain of Lunacy" que nos dá a ouvir melhor o baixo de Pedro Nascimento por uns segundos e quase que notamos semelhanças com "Real Eyes Realize Real Lies" de Machine Head com vozes radiofónicas. Com pouca duração, porque Emerging Chaos vieram para mostrar que são parecidos com eles próprios (o ouvinte que venha testar), "Sickth Sense" termina o álbum com o mesmo registo, e nós ficamos com vontade de muito mais disto!

Questionamo-nos sobre a possibilidade de um espetáculo desta banda para podermos saborear tudo isto. Aos Emerging Chaos, os meus parabéns pela criação e por ajudarem o caos a emergir do solo nacional!

Nota: 8.9/10

Review por Carolina Lisboa Pereira