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Reportagem: Emma Ruth Rundle, Jaye Jayle @ Musicbox, Lisboa - 12/10/2018


Depois de se ter estreado em Portugal, em 2017, com concertos esgotados no Porto, Lisboa e Vila Real, Emma Ruth Rundle regressou no passado dia 12 de outubro, a Lisboa, para um concerto no Musicbox. Desta feita, e ao contrário do ano passado onde se apresentou sozinha em palco, a cantora do Kentucky veio com banda, para ajudar na apresentação das faixas de “On Dark Horses”, o disco editado o mês passado.

Na primeira parte do concerto actuou Jaye Jayle, o novo projecto de Evan Patterson. Perante uma sala muito perto de estar esgotada, o quarteto mostrou o seu rock hipnótico cheio de referências country e blues, bastante distante dos seus Young Widows, mais ligados ao psicadelismo. Acompanhado por Neal Argabright na bateria, Corey Smith no sintetizador e Todd Cook no baixo, Patterson instalou-se num sombrio canto do palco, de onde foi debitando as faixas do seu novo disco, “No Trail and Other Unholy Paths”. Cenários negros, road music para noites solitárias, com Evan a oscilar entre a guitarra e o sintetizador para envolver a plateia num ambiente ora mântrico ora mais psicadélico.

Brevíssimo intervalo e surge Emma Ruth, acompanhada por Evan Patterson na guitarra e Todd Cook no baixo, “os meus melhores amigos”, confessa de imediato. “On Dark Horses” é um disco gravado com o intuito claro de ser apresentado em banda, e isso nota-se imediatamente em “Dead Set Eyes”, escolhida para dar início ao concerto, com uma batida de bateria hipnótica e Emma a fazer deslizar os seus dedos pelas cordas da guitarra num género de southern rock mais calmo, mas que a dada altura entra em domínios do sludge. “Fever Dreams” e “Apathy on the Indiana Border” continuaram a demostrar a veia mais positiva de Emma Ruth neste novo disco, muito mais positivo que o anterior “Marked For Death”, de onde foi retirado “Protection”, que arrancou ao público bastantes aplausos.

“Races” regressa ao novo disco, imediatamente seguido por novo salto ao passado, com o tema que intitulou o album de 2016, “Marked for Death”. Até ao final, “Darkhorse”, “Control”, “Light Song” e “Heaven” desfilam intercalados com vários agradecimentos pela forma como Portugal a tem recebido e de como as suas actuações no nosso país são sempre memoráveis, encerrando a prestação com banda com “You Don’t Have to Cry”. E dizemos com banda porque Emma decidiu brindar a plateia a solo com “Shadows of my Name”, com a norte-americana a prometer não fazer asneira com uma música que só tocou um punhado de vezes.

Reportagem por Vasco Rodrigues
Agradecimentos: Amplificasom