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Entrevista aos Bible Black Tyrant


Este projeto vem de Portland, Oregon, Estados Unidos e consiste em dois membros: Tyler Smith e Aaron D.C. Edge. Trocámos umas breves palavras com Aaron que nos explicou qual o significado do novo álbum e a sua arte gráfica, entre outros. 


M.I. - Olá e obrigada por esta entrevista. Poderias apresentar-te?

Obrigado por te interessares pelos Bible Black Tyrant, o meu nome é Aaron. Eu escrevo os riffs, grito as palavras e crio a arte gráfica.


M.I. - O que nos podes dizer sobre esta banda? Porque escolheram este nome?

É uma referência ao filme, Sleepy Hollow. A mãe de Ichabod Crane foi assassinada para salvar a sua alma pela do seu pai, um “Bible Black Tyrant”.


M.I. - O vosso álbum de estreia, “Regret Beyond Death”, foi lançado em 2018 e o vosso próximo (“Encased In Iron”) será lançado este ano (28 de fevereiro). O que nos podes dizer sobre este novo? Existem semelhanças entre eles?

“Regret” era viver sem religião. “Iron” é sobre viver em tormento, conforme descrito através dos cinco sentidos humanos.


M.I. - Quem foram ou quais são as tuas principais influências no processo de escrever e desenvolver este álbum?

Alguém, que estava muito próximo de mim, queimou a nossa ponte de ligação no ano passado. Eu fui destruído e derrotado. A letra de "Encased in Iron" é forjada a partir do que considero ser a lembrança desse relacionamento de sofrimento da vida.


M.I. - Conta-nos o significado do título e da capa, por favor.

A mãe de Ichabod Crane está trancada numa donzela de ferro, sem escapatória e é, finalmente, destruída. A arte e a letra são o elo poético com o sofrimento que os humanos suportam nas mãos dos que amam. O metal da capa é uma série de aço ligado, não muito diferente da nossa ligação com outros seres humanos.


M.I. - Este álbum é muito metódico para ser chamado de caótico. Nas tuas palavras, como o descreverias?

Concordo, e muitas das músicas que escrevo para os Bible Black Tyrant – ou Lumbar, Ramprasad, Hellvetika – são vazias de caos na conectividade … Todas ligadas por pontes de introspeção.


M.I. - “Uma maldição negra, sussurrada perversamente pelos entes queridos, que cospem em nós. Provando bílis e o sal das nossas próprias lágrimas nesta catacumba. A saborear as nossas próprias línguas cortadas. Tentando emitir sons enquanto ferve. Sabes como provar, enquanto estás preso e trancado numa caixa? À medida que o aço aquece, a coragem é substituída pelo medo. A vida na gaiola de ferro, com pouco ar para respirar, a morrer de fome. Somos maltratados e depois esquecidos; essa é a experiência humana.” Vocês concentram-se na tortura, que é a existência humana. Porquê? 

Como vivo com esclerose múltipla, sinto dores todos os dias. Essa dor, no entanto, não se parece em nada com o punhal que nós, humanos, lançamos uns contra os outros, a dor que causamos aos nossos entes queridos, o desgosto amoroso terminado, o desejo levado a uma fervura desconfortável.


M.I. - Foi um álbum difícil de escrever, produzir e cantar?

Tudo aconteceu de repente, assim como a primeira gravação, num processo muito fluido. Escreveu-se a si próprio. Quando segues o teu coração, a tua intuição, poesia e música saem de ti com pouca arte. E a bateria do Tyler cria ritmos muito interessantes… nunca um momento de tédio. A principal diferença entre esta gravação e a última, é que “Iron” é misturado por outra pessoa que não eu, desta vez foi pelo Eric Leavell. Ele adicionou um pouco do que lhe faltava, dando ao lançamento uma experiência coesa de sujeira densa. Eu trabalhei com ele em muitos lançamentos de 2019.


M.I. - O que podem esperar os ouvintes deste álbum?

Uma estrada áspera, honesta, curta, segura e sangrenta.


M.I. - “Valorous” é a introdução deste álbum. Porquê?

Porque a segunda linha da música, "This life, vile.", resume tudo. Eric Leavell ajudou a forjar a apresentação e a direção da faixa, ele fez questão de manter as músicas numa ordem fantástica. Embora, para mim, cada uma possa permanecer por conta própria e em qualquer ordem.


M.I. - Qual será o próximo single e terá um vídeo?

Temos que decidir isso ainda.


M.I. - Pretendem ir em tournée? Que países visitarão?

Nenhuma tournée, nenhuns espetáculos planeados… este é apenas um projeto de gravação.


M.I. - Alguma palavra final para os leitores portugueses? Tudo de bom! Muito obrigada pelo teu tempo.

Quero agradecer a todos vocês que apoiam nossas músicas e poesia. Espero que possam superar a dor da vida.

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Entrevista por Raquel Miranda