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Entrevista aos Capela Mortuária


Nome novo, são de Braga, ou Poço, como gostam de chamar. Chamam-se Capela Mortuária, mas não são uma banda de black metal. Começaram devagar, sem compromissos, mas tem ambições. A Metal Imperium foi descobrir tudo.

M.I. - Como surgiu Capela Mortuária?

Capela Mortuária surge em Salamonde, Vieira do Minho, quando três amigos, com gostos em comum, se juntaram, ainda a aprender a tocar os instrumentos. Fomos fazendo uns covers, desenvolvendo as capacidades, e acima de tudo divertindo-nos.
Quando nos mudamos para Braga conhecemos o JC e, posteriormente, a Rita, e assim ficou a formação atual. Compusemos umas malhas, tudo sem compromisso, encontrando o nosso som, e acabamos por nos tornar aquilo que somos agora.


M.I. - Porquê o nome? Pensa-se logo em BM e o vosso som não tem nada disso.

Tivemos a sorte de não ter que escolher o nosso próprio nome. A certo ponto em Salamonde ensaiamos na residência paroquial, mesmo em cima da capela mortuária da aldeia, e quando voltávamos dos ensaios, para ir para os copos fomos sendo apelidados de Capela Mortuária pela malta nossa amiga. Como de alguma forma se adequava à nossa sonoridade e ao nosso imaginário, ficava no ouvido e tinha razão de ser, não hesitamos em alinhar. 
Talvez um primeiro contacto com o nome possa sugerir outro subgénero, mas isso nunca nos preocupou.


M.I. - Neste EP há letras em português, outras em inglês. Vai ser sempre assim? Porque em dois idiomas?

Sim, e isso acontece fruto de uma busca por uma boa métrica e sonoridade, e um pouco por tributo à língua mãe. Não temos qualquer tipo de compromisso a qualquer idioma, as palavras são meios para exprimir aquilo que nos apetecer exprimir, e um qualquer compromisso do género poderia apresentar-se como uma barreira à criatividade.


M.I. - Vocês são de Braga, incluem-se no conjunto de grupos do “Poço”?

Claro, este é um Poço sem fundo, somos um fruto do underground de Braga, a referência é incontornável. Quando procuramos pela primeira vez uma descrição para a nossa sonoridade, Thrash Fodido do Poço foram as palavras que saltaram, e estamos cá para propagar a mesma atitude que bandas como Vai-te Foder, Hunted Scpritum, Atomik Destruktor e outras tantas que ajudaram e\ou ajudam Braga a ser Poço.


M.I. - Quais as principais influências?

Acima de tudo não queremos copiar ninguém. É inevitável, fazendo algo parecido com Thrash Metal, que Slayer e Sepultura apareçam na sopa, mas as influências de cada membro de Capela abrangem um pouco de todos os subgéneros do Metal, e não só. Isso acaba por de alguma forma se refletir na nossa sonoridade. 


M.I. - Este EP surge em cassete pela Larvae, e edição de auto para o CD, porquê esta opção?

Acima de tudo o que nós procuramos foi fazer que o «Ossadas» fosse ouvido. A escolha pela edição de autor para CD, veio da vontade de termos um formato físico para espalhar o nosso EP por essas estradas fora. Tivemos também o privilégio de receber o convite do Zé Pedro da Larvae Records para uma edição em tape que aí vem, e quem melhor para o fazer? Óbvio que aceitamos, já estamos a colher frutos dessa parceria, e 2020 promete.


M.I. - E agora, como vai ser o futuro de Capela Mortuária?

Não há muitas alternativas, pois não? É continuar a trabalhar, continuar a tocar, continuar a compor, sempre com a mesma pica e com o mesmo objetivo. 2020 vai ser o ano do «Ossadas». De darmos a conhecer o nosso primeiro trabalho, no maior número de palcos possível por Portugal. Depois disso necessariamente virá um álbum, mas isso já é conversa para daqui a uns tempos…


Entrevista por Emanuel Ferreira