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Entrevista aos Stiriah


Em 4 de dezembro de 2020, os Stiriah, dois anos após o último álbum completo, "Aurora", lançaram uma nova peça de black metal, "Into The Depths". O terceiro lançamento dos STIRIAH foi escrito e gravado entre 2018-2020 e simboliza o crescimento da banda, em habilidades técnicas e de composição. Este álbum é uma imagem perfeita do estilo dos STIRIAH: Harmonic Black Chaos! A Metal Imperium conversou com a banda para saber mais detalhes.

M.I. - Em primeiro lugar, muito obrigada por nos responderem às nossas perguntas. Em segundo lugar, parabéns pelo ótimo novo álbum! Eu não estava familiarizada com o vosso som e adoro o que ouvi até agora!

Muito obrigado pelo apoio.


M.I. - Quem é Stiriah? Qual é o objetivo principal? Por que sentiram a necessidade de criar a banda?

Para nós, Stiriah é uma oportunidade de ser criativo e embebedarmo-nos com os amigos, (risos).


M.I. - A banda toca Harmonic Black Chaos. O que significa, exatamente?

Achamos que descreve o nosso som e composição da melhor maneira. Tem que se estar muito focado para fazer todas as faixas funcionarem juntas em diferentes camadas de harmonia e, às vezes, basta um simples “abanão”. Então, a combinação desses dois é o caos harmónico e mantém a música interessante.


M.I. - A banda ainda não está assinada. Por quê? Não acredito que nenhuma editora tenha demonstrado interesse no vosso trabalho!

De momento, estamos muito satisfeitos por ter tudo nas nossas mãos. É uma grande liberdade, mesmo que fique caro de vez em quando. Porém, estamos a considerar subir de nível e obter apoio de uma editora no próximo álbum.


M.I. - A banda formou-se em 2007, mas somente em 2017 é que lançaram o primeiro álbum. Por que demoraram tanto?

Começamos como uma banda ao vivo. O que significa escrever músicas rapidamente e chegar ao palco o mais rápido possível. Isso funciona muito bem, para quem gosta de festa, mas não é bom para composições ou lançamentos de qualidade, (risos). Por isso, fizemos uma pausa, focamo-nos em projetos diferentes e voltamos a juntar-nos em 2015 com uma motivação diferente.


M.I. - O álbum completo da banda inclui 5 faixas... será a norma para Stiriah?

Sim, porque pensamos que se adapta melhor aos hábitos auditivos atuais.
Em tempos de streaming de áudio, é mais comum ouvir faixas isoladas do que perder tempo a ouvir um álbum do início ao fim. Portanto, um álbum de 5 faixas com 40-45 minutos de duração, já assusta muitos ouvintes. Seria mais difícil lidar com mais músicas ainda, (risos).


M.I. - A capa do álbum de estreia “Aurora” (2017) é mais colorida e menos escura do que a de “Into the Depths” (2020)… quem desenhou a nova capa?

Foi projetada pelo nosso amigo Poisondust, que fez um ótimo trabalho a exibir o conceito do álbum.


M.I. - A capa apresenta o que parece ser uma figura: meia humana, meia cadáver... é assim que vamos ficar quando formos “Into the Depths”, após a nossa morte?

De alguma forma, sim. Mostra o que existe sob a superfície humana.


M.I. - Além das capas, quais são as principais diferenças entre os dois álbuns musical e liricamente falando?

Colocamos muito mais tempo e nervos neste álbum. O “AURORA” de alguma forma é uma coleção de boa música e “Into The Depths” tem um conceito, o que faz com que as músicas se relacionem mais com outro. Além disso, há muitos mais detalhes para o ouvinte descobrir, como efeitos de guitarra, coros femininos e algumas composições gerais.


M.I. - "Into The Depths" é uma queda livre no caos da mente humana, guiada pelas sereias do submundo, riffs dissonantes e blastbeats. Basicamente, parece ser a banda sonora perfeita para esse mundo f*dido nos dias de hoje, não acham? Foi essa a intenção o tempo todo?

Sim, o conceito era mostrar o quão f*dido está o interior da mente humana e achamos que fizemos um ótimo trabalho com isso, mesmo que 2020 fizesse o possível para ficar mais f*dido dia a dia, (risos).


M.I. - Este lançamento foi escrito e gravado entre 2018-2020 e simboliza o crescimento da banda, em habilidades técnicas e de composição. Superaram as vossas próprias expectativas?

De certa forma, funcionou melhor do que esperávamos e algumas ótimas ideias surgiram, mesmo no final da gravação. Mas demorou muito para terminar, e esse ponto foi bem pior do que o esperado, (risos).


M.I. - A lista de faixas inclui “The Water”; “The Sun”; “The Light Bearer”; “The Darkness” e “The Flesh”. Qual é o conceito principal por trás dessas 5 faixas? Por que usaram os 5 elementos?

Simboliza o comportamento humano controverso. Onde uma chama pode dar calor a todos ao seu redor, ela também se pode extinguir. É assim que os humanos funcionam.


M.I. - Quem é o responsável pelas letras? Que tópicos são abordados?

O Tyrann e eu, Cryst, escrevemos as letras. Cada uma delas sobre um comportamento humano diferente.


M.I. - A estrutura e a progressão são bem planeadas e executadas, tudo é executado na melhor tradição do género Black Metal. Tudo faz parte da evolução da banda. Estais orgulhosos deste lançamento?

É ótimo saber que funciona para outras pessoas também. Isso significa que conseguimos transportar as nossas ideias em músicas para ouvir. E, sim, estamos muito orgulhosos.


M.I. - Mesmo que “Into the depths” não nos ofereça nada de novo quando se trata de som e produção, é um álbum refrescante e poderoso para fãs de Black Metal, como eu. O que esperavam alcançar inicialmente? Mantiveram a ideia original ou ela evoluiu durante o processo de gravação?

O plano era fazer uma boa mistura entre elementos tradicionais e direto e algumas partes teatrais com trompetes e muitas camadas de guitarra. Funcionou, mesmo que não tenha sido sempre divertido, (risos).


M.I. - Os estilos vocais são bastante variados… Esgaroth e Tyrann devem estar orgulhosos das suas habilidades! Como conseguem fazer todos estes estilos? Têm aulas de canto ou usam truques especiais?

O Esgaroth concentrou-se mais nas guitarras e nas faixas de efeitos deste álbum. Por isso, o Tyrann e eu fizemos a maior parte das vozes e posso dizer que, para mim, gritar no trânsito de Berlim é um excelente treino, (risos). Mas para ser honesto, nós não tivemos aulas. Basta ensaiar e descobrir o que funciona melhor para o teu alcance vocal.


M.I. - De acordo com o comunicado à imprensa, o álbum é “Uma verdadeira felicidade para todos os fãs dos Emperor”. Isso é um grande elogio. Como se sentem quando são comparados a essas lendas do black metal? Eles influenciaram-vos de alguma forma?

É uma grande honra ser mencionado com os Emperor. Eles e os Immortal foram o meu bilhete de entrada no black metal. Isso foi há pelo menos 15 anos e ainda ouço os seus clássicos intemporais.


M.I. - Vocês já tiveram um concerto confirmado “The Walpurgis Nacht” mas, devido à pandemia, foi adiado para abril de 2022. Já adiaram mais concertos ou estão a marcar  com calma?

Estávamos no meio do processo de composição de “Into The Depths”, quando os tipos dos De Mortem Et Diabolum nos convidaram para tocar no Walpurgis Nacht. Estávamos animados para nos distanciar do novo material e apresentar algumas coisas mais antigas, mas a pandemia começou e tivemos que voltar a compor. Foi uma porcaria, mas por outro lado, a pandemia ajudou a escrever este álbum, (risos). Ainda estamos ansiosos para Walpurigs Nacht 2022, mas estamos à espera, quando se trata de reservas. O corona torna as coisas difíceis de programar.


M.I. - O que é que os Stiriah esperam de 2021?

De momento, estamos a conversar com alguns diretores de vídeo, e haverá um vídeo oficial profissional este ano. Além disso, graças à falta de distrações graças ao bloqueio, temos sido muito produtivos a escrever material novo... é melhor manter os olhos abertos!


M.I. - Como é que o álbum está a ser recebido pelos média e pelos fãs em geral? Planeiam estar muito ativos ao vivo, senão em 2021, em 2022?

Adoraríamos levar o novo material ao palco, mas o tempo dirá quando isso será possível de novo, por isso é que as atividades são mais relacionadas com o sofá, (risos). Por enquanto, estamos felizes com a maioria das críticas positivas e pedidos de entrevista.


M.I. - Apesar de não terem contrato e lançar álbuns de forma independente, os Stiriah agora são promovidos pela All Noir. O que mudará para Stiriah?

Somos bons no lado musical de ser uma banda, mas somos péssimos na promoção, que é uma parte muito importante. Então, com a ajuda da All Noir, tudo além da música ganha uma estrutura melhor. Funciona muito bem até agora!


M.I. - Ultimamente, existem algumas bandas alemãs de Black Metal, a maioria delas de Berlim, e todas são extremamente boas no que fazem. Como é o Black Metal alemão visto pela cena metal em geral? Acham que as pessoas ainda consideram o Black Metal escandinavo melhor? O que vos atraiu no Black Metal em primeiro lugar?

A Escandinávia tem um estatuto especial, já que são os pioneiros, mas a cena francesa, polaca, grega, alemã e norte-americana têm um som próprio e devem ser ouvidas, se gostam de black metal. Um metaleiro, em geral, provavelmente não ouvirá muita diferença, apenas barulho e gritos sem letras de dragão, (risos). Mas se adoram explosões e dissonâncias, como nós, então encontrarão ótimas coisas se mantiverem a mente aberta!


M.I. - Alguma palavra final que gostariam de acrescentar? Tudo de bom para Stiriah!

Muito obrigado pelo interesse e apoio, aproveitem o álbum e certifiquem-se que apoiam os clubes e artistas de que gostam para que eles existam além da pandemia.

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Entrevista por Sónia Fonseca