About Me

Entrevista aos Brunhilde


O aguardado novo álbum dos Brunhilde “27”, que foi lançado no dia 27 de maio, tem tudo a ver com o número 27. Em dez músicas, este álbum conceptual único descreve as histórias extraordinárias de pessoas normais que têm uma coisa em comum: todas morreram aos 27 anos.
Apenas a música “The End” (lançada em março de 2022) é dedicada a Jim Morrison, um das muitas estrelas de rock famosos que também morreram aos 27 anos. Com “27”, os BRUNHILDE conseguiram criar um excelente álbum conceptual! Levando em consideração as músicas incríveis e o carisma desta banda alemã, a Metal Imperium decidiu entrevistá-los para saber mais sobre a obra-prima “27”!

M.I. - O nome foi inspirado num personagem de “Django Unchained” do Quentin Tarantino. O que havia de tão especial naquele personagem? 

Escolhemos o nome Brunhilde porque foi usado no filme "Django Unchained" e porque soa bem em inglês também!


M.I. - Como se transformaram numa banda?

A banda foi fundada pela Carolin e pelo Kurt. Depois entrou o Bastian Emig na bateria e o Randy van der Elsen no baixo.


M.I. - 2020 marca uma mudança no estilo musical dos Brunhilde. O que o inspirou? Não estavam felizes com o caminho que estava a seguir?

O nosso produtor, Charlie Bauerfeind, reparou nos Brunhilde no estúdio e ofereceu-se para produzir a banda. Claro que este foi o ponto de partida para os Brunhilde 2.0. Ficamos muito felizes em poder trabalhar com um produtor tão conhecido.


M.I. - A banda começou como uma banda de covers que fazia apresentações em casamentos, etc... como evoluíram disso para os Brunhilde que conhecemos hoje? 

Estar sempre a tocar covers é chato! A Caro e o Kurt sempre quiseram tocar as suas próprias músicas, escreveram-nas e fundaram a banda. Também foram banda suporte de grandes bandas! (ZZ Top, Sweet, Nazareth,...).


M.I. - Como descreveriam o som e a vibe dos Brunhilde para quem não conhece?

O som de Brunhilde é muito especial e pode ser imediatamente reconhecido! O som de Brunhilde tem riffs de guitarra profundos, juntamente com bateria e baixo dominantes e acima de tudo com a voz fabulosa da Caro. Especialmente aqui o Charlie Bauerfeind tem contribuído muito para que o som seja "internacional"!


M.I. - A banda tem 2 vídeos que foram produzidos com o apoio da Initiative Musik. Contem-nos mais sobre essa iniciativa e como tiveram acesso a ela.

Foi uma grande honra para nós sermos selecionados pela Initiative Musik em Berlim para receber apoio. Muitas bandas e artistas tentam entrar nessa seleção! Com a ajuda da Initative Musik, finalmente conseguimos produzir e publicar 2 vídeos (Friendly Fire, House of the Rising Sun) em 2021, apesar do Corona.


M.I. - Quanto impacto é que o covid teve na banda? Tiveram muitos concertos cancelados nestes 2 anos de pandemia?

Sim, infelizmente fomos forçados a cancelar muitos concertos. Mesmo sendo uma banda no seu estágio inicial, não era exatamente positivo não poder tocar ao vivo para uma plateia. Mas usamos o tempo para trabalhar duro em estúdio.


M.I. - A pandemia ajudou a vossa vibe criativa?

Sim e não! Também foi muito deprimente não poder estar na estrada como músicos. Mas acho que as nossas duas últimas produções compensam os nossos fãs!


M.I. -“27” é um álbum conceptual que foi lançado no dia 27 de maio. Contem-nos mais sobre isso! Por que decidiram escrever um álbum conceptual sobre esse número “trágico”?

Eu estava à procura de um bom tópico. Primeiro pensei no "clube 27" e comecei a minha busca no google... Depois de um tempo, fiquei tão entediada porque tanta gente falava e cantava sobre as pessoas do famoso "clube 27"... Então conheci o Charlie no nosso estúdio e debatemos novamente o conceito... Pensamos sobre isso e decidimos procurar pessoas não famosas que também morreram aos 27 anos e que tinham histórias de vida interessantes, pensamos que seria muito bom dar-lhes a mesma atenção e voz, como se fossem parte do famoso clube 27. Cada história das nossas músicas foi inspirada em verdadeiras histórias de vida!


M.I. - Quantas horas de pesquisa investiram para chegar às letras deste álbum?

Trabalhamos durante meio ano, dia após dia, sem descanso. É super demorado pesquisar e, acima de tudo, escrever a música certa.


M.I. - Foi complicado descobrir histórias pessoais impressionantes online e transformá-las em letras? O que aprenderam com todas as histórias que exploraram? Entraram em contacto com os parentes das pessoas que inspiraram as letras ou não?

Sim, os factos extremamente brutais inspiraram-nos muito. Não, não queremos aqui citar nomes e, sobretudo, não queremos criar vantagens com o sofrimento das vítimas! Neste ponto, gostaria de referir que nenhuma referência às pessoas deve ser reconhecível ou feita.


M.I. - De todas as histórias pessoais selecionadas para serem apresentadas no álbum, qual tem um lugar especial no vosso coração e por quê?

Há apenas uma música no disco, sobre um membro do famoso clube de rock 27, que merece menção: Jim Morrison. Em relação à música „Girl with 1000 scars“, é a minha história favorita!! Uma história muito triste… A menina foi violada a vida toda! Pela sua ama, o padre e, mais tarde, até pelos seus parceiros. Num momento da sua vida, ela foi sem-abrigo, stripper e até teve um relacionamento com um pedófilo. Ela foi diagnosticada como limítrofe e tinha milhares de cicatrizes nos braços e por todo o corpo. Ela também tinha uma tatuagem no braço com a mensagem: "Não tenhas medo de pedir ajuda". Finalmente, um dia ela suicidou-se... Na última fase da sua vida, ela escreveu as suas memórias chamadas „A garota das 1000 cicatrizes“. Após a sua morte, o livro foi entregue à Polícia Federal. No seu livro, ela escreveu a verdade sobre os tipos e as suas vidas e referiu cada um que abusou dela a vida toda. Essa também foi a primeira música que gravamos no estúdio. Amo essa música!


M.I. - A capa apresenta a Caro quase nua, com o 27 marcado nas costas, quase sendo agarrada pela “escuridão” como se estivesse a ser atraída para ela. Como tiveram essa ideia?

Essa cena aconteceu espontaneamente com pensamentos de atos tão brutais que, às vezes, eram feitos a pessoas tão indefesas. O nosso baixista, Randy, pintou o número "27" nas costas da Caro com tinta a dedo.


M.I. - A banda ainda está em tournée para promover “To cut a very long story short”... por quanto tempo vão continuar a promover este álbum após o lançamento de “27”?

Estivemos em tournée pelo Reino Unido do final de abril a meados de maio (apoiando os Dark Tranquillity). Aí tocamos as músicas de "to cut a long story short". Depois fizemos 2 concertos na Alemanha (Colónia e Hamburgo) e 2 concertos na Suécia (Gotemburgo), cada um com as novas músicas de "27".


M.I. - Como será a setlist deste verão? Focada no material do ano passado ou em “27”?

Uma mistura de “To cut a long Story Short” e “27” e também algumas músicas antigas do primeiro álbum!


M.I. - A banda está animada para conhecer os fãs na estrada... têm histórias interessantes sobre estes encontros? O que é que os fãs vos costumam dizer?

Os nossos fãs ou pessoas que nos ouvem e nos veem pela primeira vez, geralmente, ficam muito surpreendidos (graças a Deus)! Isso deixa-nos muito felizes!


M.I. - A banda já andou em tournée com bandas mais pesadas como Dark Tranquillity, Ensiferum... acham que encaixam bem nos cartazes mais pesados? O público reage bem ao vosso som?

Surpreendentemente, conseguimos convencer o público dos concertos com os Dark Tranqullity, mesmo que a nossa música não seja tão "dark". Acho que é por causa do nosso carisma e aparência em palco. Especialmente em Londres e Gotemburgo, o público era mais misto.


M.I. - Refiram algumas bandas com as quais adorariam andar em tournée e porquê.

Limp Bizkit, Guano Apes,...


M.I. – Vocês acham que o espírito do rock n' roll ainda está vivo?

SIM, CLARO!!!!!!

For English version, click here

Ouvir Brunhilde no Spotify

Entrevista por Sónia Fonseca