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Diabulus in Musica – "The Wanderer" Review

Se recebesse um euro por cada disco que me faça lembrar os Nightwish…. mas adiante, há que separar o trigo do joio até porque nuestros hermanos Diabulus in Musica não são do pior que anda por aí.

No entanto até se pode pegar em The Wanderer para apontar muito do que está errado no Symphonic Metal de hoje em dia. Atentem por exemplo a Oceanborn, provavelmente o primeiro grande álbum deste género, e vejam que apesar de tudo é pautado por uma simplicidade latente, sendo que praticamente tudo que ouvimos nesse disco foi facilmente reproduzido ao vivo por Tuomas e cia sem grande recurso a samples. Numa outra linha de raciocínio pensem em Mother Earth dos Within Temptation, outro marco, que dificilmente será associado a simplicidade, mas no entanto um disco coerente, em que todos os temas seguiram a mesma linha com uma ou outra oscilação que em nada afectou a sua coesão.

Em The Wanderer vemos uma banda talentosa e capaz de grandes momentos, mas que parece estar ainda algo confusa, sem saber que rumo tomar. Vemos também uma banda com um arsenal de bons atributos, que não hesita em disparar todas as suas armas ao mesmo tempo de forma a fazer um grande barulho. Senão vejamos, nos primeiros seis temas de The Wanderer, instrumentais incluídos, temos os Diabulus in Musica sinfónicos e próximos do power metal, onde a voz de Zuberoa Aznárez faz pendant com os coros e elementos orquestrais criando assim uma atmosfera épica, exagerada mas bem conseguida. Segue-se a segunda parte do disco, e com ela uma banda diferente. Shadow of the Throne, significativamente mais pesada, mostra-se um tema mais próximo do death metal que outra coisa, com as vozes agressivas a tomarem a iniciativa, enquanto Allegory of Faith, Innocence and Future surpreende pela sua estrutura progressiva. Oihuka Bihotzetik e No Time for Repentance (lamentatio) seguem a mesma toada de Shadow of the Throne, mas com um maior equilíbrio entre as vertentes death metal e sinfónica. Para o fim o suave tema-título, que serve como um balsamo depois de toda a confusão que ouvimos para trás. Destaque ainda para a participação especial de Mark Jansen dos Epica a emprestar os seus berros a Blazing Trail.

Pese embora todo o criticismo nesta review, The Wanderer não é um mau disco, e certamente que não irá desapontar os fãs do género. No entanto espera-se que no futuro os Diabulus in Musica saibam gerir melhor a direcção a tomar.

Nota: 7.4/10

Review por António Salazar Antunes