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The Secret - "Agnus Dei" Review



Com a recente variedade das apostas da Southern Lord, começa-se a formar um novo elemento de surpresa inerente a cada lançamento e estes The Secret não são excepção. Os italianos tocam um hardcore furioso e destrutivo com elementos de death metal (sueco, na produção e na forma), a capacidade destrutiva de um grind/crust e até tem assim uns repentes do ambiente caótico presente em black metal mais selvagem - e aquele riff de "Darkness I Became" é tão malévolo que até matéria negra sai das colunas.

Há algo mais, algo que se fixa na nuca e não quer descolar mais. A faixa "Post Mortem Nihilist Est" é um exemplo desse fenómeno. Uma aura negra sufocante que no entanto não impede que o groove contamine, tal como acontece na referida faixa e na "Vermin Of Dust", apenas para citar outro exemplo.Não se pense em metalcore quando se fala em groove. Apesar de termos aqui uma proposta com fortes raízes hardcores, o que se deve ter em linha de conta quando se pensa em groove, é em momentos doom cadenciado. O balancear da lâmina gigante que resvala no nosso pescoço. Também temos momentos de destruição avassaladora como a "Daily Lies" que nem chega a um minuto e destrói tudo no seu caminho.

Depois também temos momentos como a construção de uma atmosfera densa de "Love Your Enemy" que parece tipíco de um funeral doom experimental ou que poderia até ser esticada para se tornar um monolito de drone, ou o doom ameaçador de "Heretic Temple" que se arrasta de forma ameaçadora durante cinco minutos intensos. São cerca de quarenta minutos - contando com a faixa final que apesar dos seus treze minutos, contém algum silêncio a separar "Seven Billion Graves" com a faixa escondida, apocalíptica que encerra bem esta cuspidela de som negro.

Sendo o seu quarto álbum, diria que é agora que os The Secret vão capturar a atenção de muitas mais pessoas para aquilo que fazem, seja pela circunstância de "Agnus Dei" ser editado pela Southern Lord e produzido por Kurt Ballou dos Converge ou seja pela inevitabilidade de que está aqui um grande, grande álbum.
 

Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira