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Asia - "Resonance - Live In Basel Switzerland" Review


Os Asia, para quem ainda não sabe, são um supergrupo formado no início dos anos oitenta pelo baixista, vocalista John Wetton (ex-King Crimson, Bryan Ferry e os Roxy Music, Uriah Heep entre muitos outros); o lendário guitarrista Steve Howe (dos Yes, na altura em que acabou - apenas por dois anos, quando voltariam mas sem Howe); o teclista Geoff Downes (Yes e dos The Buggles - aqueles do Video "Killed The Radio Star"); e last but definitely, not least, o baterista Carl Palmer (de Emerson, Lake & Palmer). Com tanto talento, obviamente que a orientação da banda era progressiva, no entanto, havia também uma notável aproximação ao AOR.

Durante os anos, a banda passou por diversas mudanças de formação, fins, pausas e renascimentos. O álbum "Omega" de 2010, foi o segundo (desde a reunão em 2006) a contar com os quatro membros fundadores e este álbum duplo ao vivo, foi registada na tour desse mesmo álbum, por isso é natural que o alinhamento seja baseado nele, tendo cinco temas representados aqui. No entanto, ainda há muito espaço para percorrer a restante carreira, embora sejam focados os álbuns com esta formação. Temos então dois temas de "Phoenix" de 2008, uma do "Astra" de 1985, quatro do "Alpha" de 1983 e quatro do primeiro álbum, auto-intitulado, de 1982. Ainda há espaç para dois momentos da carreira a solo de Steve Howe, através de "All's A Chord" e "The Valley Of Chords".

Já foi dito isto muitas vezes, algumas por mim, a maior parte por outras pessoas, os álbuns ao vivo não têm hoje a mesma importância que tinham uns anos atrás. Hoje é possível ver concertos em directo, e de borla, através da internet. Há um enorme acesso à música e uma maior disponibilidade de concertos, pelo que o evento que um álbum ao vivo representava, a hipótese de ouvir as músicas que gostamos e não tivemos oportunidade de ver o concerto porque não passou pelo nosso país, cidade, etc. Hoje em dia a coisa já não é bem assim e a verdade é que o impacto perde-se totalmente - convenhamos, se os álbuns de originais são cada vez menos representantivos em termos de vendas, dificilmente um álbum ao vivo conseguirá ter o efeito desejado, salvo raras excepções.

Este caso em específico, é um dos casos em que não sendo um sucesso de vendas, que não deverá ser, a qualidade das músicas e a classe dos músicos envolvidos faz com que seja um item imprescindível para todos os fãs da line-up clássica da banda e sobretudo de art-rock/AOR de qualidade superior. Ao ouvir o álbum temos a perfeitamente noção de que este tipo de som, este tipo de mestria, infelizmente, é algo que está a extinguir-se com a passagem dos anos. Este álbum é apenas mais uma imortalização dessa perfeição sonora para mostrar a gerações mais novas como se faz música no verdadeiro sentido da palavra.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira