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Timo Tolkki's Avalon - "The Land Of New Hope - A Metal Opera" Review


Para trás que já ficou toda a novela Stratovarius, a sua saída da banda que fundou, o guitarrista finlandês prosseguiu a sua vida musical a solo, com os Symfonia (que lançaram um álbum em 2011 e entretanto já acabaram) e com os Revolution Renaissance (que lançaram três álbuns e acabaram em 2010) e antes que pudesse concentrar-se no próximo passo, foi abordado pelo dono da Frontiers Records para fazer uma metal opera ao estilo Avantasia, com a participação de uma série de estrelas. Musicalmente o objectivo seria algo na onda de Stratovarius mas mais bombástico, mais sinfónico. E assim nasceu este "The Land Of New Hope" que junta, em muitos aspectos, os suspeitos do costume, mas já lá vamos.

Ao ouvir a faixa de abertura, "Avalanche Anthem", é bastante claro que o enfoque aqui é dado aos refrões, o que é sempre algo bom, principalmente quando eles resultam. São raras as músicas em que isso não acontece. No entanto, como nem tudo é perfeito, há aqui um pormenor que não está a 100%: nenhuma destas músicas consegue fazer esquecer Stratovarius. Inclusivé a prestação de Tolkki está bem mais sóbria e comedida (não se sabendo se há alguma relação com as alegações de Santtu Lehtiniemi, que afirmou que Tolkki não tocou as guitarras lead dos dois últimos álbuns dos Rebvolution Renaissance).
Esse acaba por ser um pormenor, porque quem ouvir o álbum sem saber de quem se trata, acabará por gostar, isto se o seu prato favorito for hard'n'heavy com alguns toques de europop. E a vantagem é que a equipa por trás deste projecto é realmente boa, tendo na base Tolkki (a produzir, no baixo e guitarra), Derek Sherinian (Planet X, entre outros), Jens Johansson (Stratovarius), Mikko Härkin (Cain's Offering) e Alex Holzwarth (Rhapsody Of Fire) como instrumentistas, enquanto nas vozes temos Elize Ryd (Amaranthe) que é a vocalista que participa em mais faixas), Michael Kiske (Unisonic), Russel Allen (Symphony X), Rob Rock (Impelliteri), Sharon Den Adel (Within Temptation) e Tony Kakko (dos Sonata Artica).

Se o elenco é bom, também não deixa de sofrer de novela portuguesa nos anos noventa, em que as novelas mudavam mas os actores eram sempre os mesmos. A história também não é um esplendor por aí além. Passa-se em 2055, a terra está devastada por desastres naturais e um grupo de sobreviventes tenta procurar a terra da nova esperança, um sítio sagrado, guardado por um guardião (personificado por Michael Kiske... que não será coincidência) que apenas deixará passar os puros de coração.

É um bom álbum mas que desilude aquilo que se propõe à partida, com apenas algumas faixas a destacarem-se, nomeadamente a "Shine" e a "We Will Find A Way". No final destes cinquenta e dois minutos, não deixa de ficar a sensação de ópera metal dos pequeninos por parte de alguém que nos últimos anos se mostrou irregular demais para que consiga resultados acima da média. Por coincidência ou não, as últimas noticias apontam que Tolkki abandonou o heavy metal para aprender a tocar violoncelo. Palavras para quê, é o verdadeiro artista. É pena é não concretizar tanto como promete.

 
Nota: 6.8/10
 
Review por Fernando Ferreira