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Witherscape - "The Inheritance" Review


Um dos mais prolíficos nomes do death metal e rock progressivo está de volta. E em boa hora Dan Swano reaparece, finalmente com um novo disco de originais, agora que 3 anos se passaram desde a aventura que foi Odissey, disco maioritariamente de covers, bem com o projecto Demiurg, onde o músico se reuniu com outras personalidades das cenas sueca e holandesa. Desta vez, Swano compõe um disco que reflecte perfeitamente a sua personalidade e sumariza num álbum tudo aquilo que o sueco nos tem vindo a dar desde que começou a dar os primeiros passos com Edge of Sanity, até aos últimos discos de Nightingale.

Ou seja, The Inheritance é essencialmente um disco de rock progressivo, mas bem diferente dos lançamentos a que temos vindo a ser habituados. Não sendo especialmente agressivo, denota-se no entanto uma personalidade bem mais intensa do que aquilo que o sueco tem vindo a fazer por exemplo, com os já mencionados Nightingale, não só por Swano dar uso às suas vocalizações mais guturais, como também pela produção das guitarras. Daí que as comparações a Moontower também acabem por fazer todo o sentido, tanto é que tal como esse lançamento de 1999, The Inheritance é praticamente idealizado e tocado na sua totalidade pelo músico, salvo a contribuição do desconhecido multi-instrumentista Ragnar Widerberg, e de Paul Kuhr dos November Doom nas letras.

Liricamente, The Inheritance apresenta um conceito fantasioso que toma lugar numa vila no norte da Suécia, onde um personagem herda uma propriedade assombrada. Vocalmente irrepreensível (como Swano quase sempre nos habituou), e excelente a nível instrumental, The Inheritance é um disco que prova que a criatividade de Dan Swano continua inabalável. E quando ouvimos faixas como Astrid Falls, Dead for a Day ou The Math of the Myth, com os seus momentos memoráveis, então chegamos à conclusão de que se o músico quisesse poderia fazer discos bem mais acessíveis e com isso conseguir voos mais ambiciosos. Mas Swano é assim, sempre fez o que lhe deu na gana, e com discos como este, nós agradecemos.

Nota: 8.8/10

Review por António Salazar Antunes