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Battleaxe - "Heavy Metal Sanctuary" Review


Há um provérbio português que diz que «quem é vivo sempre aparece». Os Battleaxe estão bem vivos e apareceram este ano com um novo álbum, 30 anos (!) depois do último. Já que estamos numa de provérbios, há um outro que diz que «quem sabe nunca esquece», o que em parte resume o que temos neste «Heavy Metal Sanctuary»: uma banda que no início da década de 80’ mostrou que «sabia» e 30 anos depois mostra que não «esqueceu».
Este álbum pode ser visto de duas formas. Se por um lado se pode dizer que a banda ficou presa no passado e que não evoluiu em nada, por outro também se pode dizer que, produção e modernices à parte, este é um álbum vindo directamente dos 80’s, com tudo o que de bom isso tem. Colocar este álbum a tocar é uma viagem só de ida ao mundo mágico dos Judas Priest, Accept ou Tygers of Pan Tang. Aliás, a voz de Dave King tem muitas parecenças com Mark Tornillo e com o mítico Udo Dirkschneider. Parecenças à parte, este é um álbum para todos os que se identificam com aquela vertente de hinos que caracteriza a New Wave of British Heavy Metal. 

É de hinos que é feito este álbum. A faixa título é um exemplo significativo disso. «Heavy Metal Sanctuary» é aquela música perfeita para pôr a tocar bem alto no carro, já com o casaco de cabedal vestido e botas de biqueira de aço calçadas. «Revolution» e «Too Hot for Hell» são outros dois excelentes exemplos do registo épico que é utilizado neste álbum. Os temas não são muito díspares uns dos outros, ainda que isso não seja propriamente mau aqui, já que este álbum irá atrair os verdadeiros apreciadores dos Battleaxe e esses irão adorar isto. «Spirits of the Fallen», «Hail to the King» (solo arrepiante) e «Shock and Awe» são as típicas faixas speed metal com toda a pujança que isso implica. «Romeo» é aquela música para cantar a plenos pulmões em concerto, por culpa de um refrão mais orelhudo que o dumbo. As guitarras acústicas e a melancolia também não ficam de fora deste regresso dos Battleaxe: «Kingdom Come» é o momento introspectivo do álbum. Dave King transforma-se por momentos numa voz quase meiga e aconchegante culminando numa power ballad com qualidade. 

Os últimos anos têm sido produtivos no que ao metal tradicional diz respeito. Este «Heavy Metal Sanctuary» é batido por aquilo que melhor se tem feito no género (Accept, Skull Fist, White Wizzard, Stratovarius, Enforcer, etc), mas ainda assim é um regresso em grande estilo. Para uma banda que não lançava nada há 30 anos, este é um álbum fantástico! Esperemos agora que o espírito oldschool dos Battleaxe fique connosco durante muitos anos. Se tivermos de esperar mais 30 por um novo álbum, os membros da banda terão entre 80 e 90 anos. Seria engraçado… 

Nota: 8.4/10

Review por Pedro Bento